O JOGO LITERÁRIO DIGITAL INFANTIL

Résumé

Neste artigo proporemos a literatura digital infantil como vicissitude e estímulo para o aproveitamento efetivo da multiplicidade presente nos acontecimentos. O objetivo deste texto é contemplar a literatura digital infantil como jogo profícuo para construção de uma coparticipação e coautoria do leitor ao interagir com as mensagens. Para atingir a proposta, caminhamos por pistas cartográficas de Gilles Deleuze a Patrícia Silveirinha Castello Branco, entre outros, pensando a literatura digital infantil como interface que permite romper com a dicotomia forma/conteúdo e construir entidades complexas. Como resultados e discussões, percebemos que a literatura digital infantil altera os objetivos estéticos, transformando a relação com o texto, imagem e som de “objeto observado” para “sistemas de observação”, possibilitando o surgimento de novos espaços, o prolongamento do corpo humano e dos sentidos, a integração da tecnologia com a interação humana. Transformações que possibilitam uma recepção textual háptica e a leitura acontece múltipla e cartográfica.

Bibliographies de l'auteur

Rosélia Sousa Silva, Universidade Federal do Tocantins

Mestre em Letras; Doutoranda em Letras, Técnica na Universidade Federal do Norte do Tocantins.

Luiz Roberto Peel Furtado de Oliveira, UFT

Pós-doutor em Letras (Terminologia Gramatical e Ensino de Língua Portuguesa) e em Letras Clássicas (Latim); Doutor em Letras (Letras Clássicas), Professor da Universidade Federal do Norte do Tocantins.

Références

AARSETH, E.J. Cybertext: Perpectives on Ergodic Literature. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press, 1997.

AARSETH, E.J. Cibertexto: Perspectivas sobre a Literatura Ergódica. Lisboa: Pedra da Roseta, 2006.

ASCENSÃO, A.T.; BABO, M.A.; TORRES, R. O hipertexto na cultura contemporânea: do fim da linearidade à abertura conceptual. Revista Cibertextualidades, número 6, 2014, ISSN: 1646-4435, p. 121-138. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4690/1/cibertextualidades6_121-138.pdf. Acesso em: 05 Mai. 2019.

CARDOSO JUNIOR, Helio Rebello. A origem do conceito de multiplicidade segundo Gilles Deleuze. Trans/Form/Ação: São Paulo, 1996. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/trans/v19/v19a10.pdf. Acesso em: 20 Mar. 2019.

CASTELO BRANCO, P.S. Imagem, Corpo, Tecnologia: a função háptica das novas imagens tecnológicas. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2013.

CASTELO BRANCO, P.S. 2013. “Imagem. Corpo. Tecnologia. Um novo sujeito pós-humano?” In Atas do II Encontro Anual da AIM, editado por Tiago Baptista e Adriana Martins. Lisboa: AIM. ISBN 978-989-98215-0-7, p. 27-39.

DELEUZE, G. A Lógica do Sentido. São Paulo: Perspectiva, 2000.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Ed. 34, São Paulo, 1995.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka. Por uma literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977.

DELEUZE, G. Cinéma 1, L’image-mouvement. Paris: Minuit, 1983.

DELEUZE, G. Lógica da Sensação: Francis Bacon. Rio de Janeiro: ZAHAR, 2007.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Volume I, II, III, VI e V. São Paulo: Editora 34, 1995.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? São Paulo: Editora 34, 1997.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Qu’est-ce que la Philosophie? Paris, Minuit, 1991.

ECO, U. Obra Aberta. Lisboa: Difel, 1989.

ECO, U. Seis passeios pelo bosque da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

FLUSSER, V. “Alphanumerische Gesellschaft”. Medienkultur,Frankfurt: Fischer Verlag, 2008.

FLUSSER, V. O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008.

FREDERICO, A. “A ludicidade nos E-picture-books apps: como o elemento jogo manifesta-se nos transmidiáticos picturebooks apps e na criação de picturebooks apps midiáticos?”. Fronteiraz, Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP. São Paulo: nº 18 - julho de 2017.

FREDERICO, A. O futuro do leitor ou o leitor do futuro: o livro infantil interativo e os letramentos múltiplos. Cadernos de Letras da UFF, Rio de Janeiro: Número 52, p. 101-129, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/316317358_O_futuro_do_leitor_ou_o_leitor_do_futuro_O_livro_infantil_interativo_e_os_letramentos_multiplos. Acesso em: 06 jan. 2021.

GONÇALVES, M.M.B. O Jogo na Literatura: uma leitura de ‘Se numa noite de inverno um viajante’ de Italo Calvino. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras, da Universidade do Porto, 2014.

GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986.

KIRCHOF, Edgar Roberto. Literatura digital para crianças. Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE), Faculdade de Educação da UFMG. Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/literatura-digital-para-criancas. Acesso em: 21 Mai, 2019.

LÉVY, P. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

LÉVY, P. Inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Trad. L. Rouanet. São Paulo: Loyola, 1998.

LÉVY, P. Tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Ed. 34, 2004.

RANCIÈRE, J. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

RODRÍGUEZ, J. A. El relato Digital: hacia um nuevo arte narrativo. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/23242364/El-relato-digital-hacia-unnuevo-arte-narrativo. Acesso em: 11 fev. 2019.

SANTAELLA, L. O leitor ubíquo e suas consequências para a educação. Coleção Agrinho. Disponível em:

http://www.agrinho.com.br/site/wp-content/uploads/2014/09/2_01_O-leitor-ubiquo.pdf. Acesso em: 11 fev. 2019.

SILVA, S.D.A.C. Do paradigma do ver ao do tocar: o devir háptico na criação artística contemporânea. Valencia: Universidad Politécnica de Valencia, 2015.

VIRILIO, P. Esthétique de la Disparition. Paris: Le Livre de Poche, 1994.

ZOURABICHVILI, F. O Vocabulário de Deleuze. Campinas, SP: Unicamp, 2004.

Publiée
2021-05-03