ESCAVAR O CORPO-TERRITÓRIO NÃO HETEROSSEXUAL

Resumen

Escavar o corpo-território não heterossexual perpassa, nesta produção textual, por uma estratégia Decolonial que tem a sua feitura a partir das cosmopercepções ensinadas pela orixá Oxum, a qual traz consigo um espelho, conhecido como abebê, que nas contas das colonialidades se resume ao embelezamento, mas que nas insurgências é utilizado como instrumento de autoconhecimento. Dessa forma, esta produção textual é um convite para repensar a constituição do nosso corpo-território, sobretudo, com a seguinte provocação: é possível decolonizar a nossa existência? Para intentar responder tal provocação, elucidamos o abebê que solicita olhar para o espelho e compreender o atual corpo-território para além da heterossexualidade da branquitude e na circularidade deste movimento tensionar por qual motivo somos adestrados pelo sistema político heterossexual.

Biografía del autor/a

Eduardo O. Miranda, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA), Mestre em Desenho, Cultura e Interatividade (PPGDCI/UEFS). Docente na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde assume o componente curricular Relações Étnico-raciais na Escola. Coordena o Grupo de Pesquisa Corpo-território, Educação e Decolonialidade (CNPq/UEFS). Orienta dissertações no Mestrado em Educação (PPGE/UEFS) e no Mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade (PPGDCI/UEFS).

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Publicado
2025-01-24