O USO DAS REDES SOCIAIS PELOS IMIGRANTES VENEZUELANOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS VENEZUELANOS RESIDENTES NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA
Resumen
Dados estatísticos revelam que no mundo, até dezembro 2024, havia mais de 7.891.241 imigrantes venezuelanos, sendo que 626.900 no Brasil e, desse total, 4.684 residentes no Estado de Goiás, constituindo 1.111 em Goiânia, 334 em Aparecida de Goiânia e 87 em Senador Canedo, cidades estas que compõe a Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Assim, o presente artigo se propõe analisar se as redes sociais migratórias influenciam na ida de imigrantes venezuelanos à RMG e, caso positivo, para quais finalidades. Participaram do estudo 127 venezuelanos, dentre os quais 93 afirmam que se deslocaram à RMG em virtude das redes sociais migratórias, sendo estas formadas, preponderantemente, por familiares de origem venezuelana, atraídos principalmente pela oferta de emprego, cujo vínculo se operava predominantemente pelo celular, permitindo concluir que as redes sociais migratórias são importantes para o fluxo de imigrantes venezuelanos em direção à RMG, sobretudo para se conseguir um emprego.
Citas
ARENDT, H. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BRASIL. Operação Acolhida. Estratégia de interiorização. Disponível em:
BURT, R. S. Structural holes: the social structure of competition. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1992.
CARVALHO, M. S.; OLIVEIRA, M. J.; SILVA, E. C. Migração venezuelana no Brasil: desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 36, n. 3, 2019
CASTELLS, M. Comunicación y poder. Madrid: Alianza Editorial, 2010.
______. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
CASTRO, F. V. A influência das redes sociais na estruturação geográfica do projecto migratório. In: Redes, Capital Humano e Geografias da Competitividade. Portugal: Coimbra University Pres, 2016.
CAMPOS, M. B. A dimensão espacial das redes migratórias. Revista Redes, v. 20, n. 3, p. 14-30, 2015.
COGO, D. Internet e redes migratórias transnacionais: narrativas da diáspora sobre o Brasil como país de imigração. Revista Novos Olhares, v. 04, n. 01., 2015.
COGO, D.; BRIGNOL, L. D. Redes sociais e os estudos de recepção na internet. Matrizes, v. 4, n. 2, p. 75-92, 2011.
FAZITO, D. Redes sociais e migrações internacionais: um estudo comparativo entre Brasil e Itália. São Paulo: Cortez, 2002.
LIMA, M. S. Redes sociais migratórias: aproximações e conflitos na era digital. Revista Brasileira de Migrações Internacionais, v. 8, n. 2, p. 149-168, 2020.
MASSEY, D. S. et al. The social organization of migration. In: Return to Aztlan: The Social Process of International Migration from Western Mexico. Berkeley: University of California Press, p. 139-171, 1990.
MELO, J. L. B. Fronteiras: da linha imaginária ao campo de conflitos. Revista Sociologias, n. 11, 2004.
MILESI, Rosita; COURY, Paula; ROVERY, Julia. Migração Venezuelana ao Brasil: discurso político e xenofobia no contexto atual. Revista Aedos, v. 10, n. 22, p. 53-70, 2018.
MINAYO, M. C. S. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 3, p. 621–626, 2012.
Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). Migração Venezuelana de Janeiro 2017 – abril/2023. Disponível em:
Organização Internacional para as Migrações (OIM). Comparativo das migrações venezuelanas. Disponível em:
Organização das Nações Unidas (ONU). OIM inicia projeto para melhorar reintegração de migrantes brasileiros que voltam do exterior. 2019. Disponível em:
PASQUA, L. D; MOLIN, F. D. Algumas considerações sobre as consequências sociais e psicológicas do processo migratório. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 17, n. 32, 2009.
RODRIGUES, F. Migração transfronteiriça na Venezuela. Estudos avançados, v. 20, p. 197-207, 2006.
R4v. Plataforma de Coordenação Interagencial para refugiados e migrantes da Venezuela. 2023. Disponível em:
TILLY, C. Transplanted Networks. In: Virginia McLaughlin (Org.). Immigration Reconsidered: History, Sociology and Politics. Nova York: Oxford University Press, p.79-95, 1990.
SASSEN, S. A cidade global. Rio de Janeiro: Editora Record, 1991.
SILVA, I. “Bota fogo nesses vagabundos!”: entextualizações de xenofobia na trajetória textual de uma fake news. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 59, p. 2123-2161, 2021.
SILVA, S. A. D. Fronteira Amazônica: passagem obrigatória para haitianos?. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 23, p. 119-134, 2015.
______. Imigração e redes de acolhimento: o caso dos haitianos no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 34, p. 99-117, 2017.
SILVA, J. C. J. Uma política migratória reativa e inadequada - a migração venezuelana para o Brasil e a Resolução n° 126 do Conselho Nacional de Imigração (CNIg). In: Migrações sul-sul. São Paulo: Unicamp, 2018.
SOARES, W. DA METÁFORA À SUBSTÂNCIA: redes sociais, redes migratórias e migração nacional e internacional em Valadares e Ipatinga. Orientadores: Roberto do Nascimento Rodrigues, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto e José Alberto Magno de Carvalho. 2002. 360 f. Tese (doutorado em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002. Disponível em:
SOUZA, A. R. SILVEIRA, M. C. P. O fluxo migratório de venezuelanos para o Brasil (2014-2018): análise do arcabouço jurídico brasileiro e da conjuntura interna venezuelana. Brazilian Journal of Latin American Studies, v. 17, n. 32, p. 114-132, 2018.
ZAMORA. J. A migração venezuelana como crise humanitária: desafios para a proteção dos direitos humanos. Revista Brasileira de Direito Internacional, v. 15, n. 2, p. 279-304, 2020.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).