CONTRATURNO ESCOLAR: QUE TEMPO É ESSE DE EDUCAR? REFLEXÕES A PARTIR DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Resumen
O contraturno escolar foi criado para suprir uma demanda social, de onde deixar as crianças enquanto os pais trabalham. Diferente disso, mais que um lugar para o passar o tempo, o contraturno precisa se constituir um tempo de oportunidades à educação integral dos estudantes e de suas comunidades. Com o objetivo de compreender a identidade educadora do contraturno escolar, inventariamos 34 trabalhos de pesquisa. A partir de uma revisão sistemática da produção científica brasileira, analisamos as acepções, os participantes, a gestão do tempo, os locais, as atividades fins e os objetivos. Concluímos, quatro modelos de contraturno escolar. O desafio é converter esse tempo, seja na escola ou em outras instituições, para produzir experiências coletivas e singulares, por processos de aprender diferentes conhecimentos, mas sobretudo, de desenvolver-se, na intencionalidade, com os outros e em seus territórios e assim, educar(se) integralmente.
Citas
ARCO-VERDE, Y. F. de S. Tempo escolar e organização do trabalho pedagógico. Em aberto, Brasília, v.25, n. 88, p. 83-97, jul./dez. 2012.
ASSIS, N. de; ZANELLA, A. V. Jovens e Programas de Contraturno Escolar: (des)encontros possíveis. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João Del-Rei, v. 1, n. 7, p. 76-82, jun. 2012.
BRASIL. Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o Programa Mais Educação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jan. 2010.
CARVALHO, C.; CARVALHO JÚNIOR, R. N. de. O debate sobre educação integral na produção acadêmica recente: democratização do ensino ou assistencialismo em educação? Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 19, n. 2, p. 07-19, ago. 2016.
CAVALIERE, A. M. Educação integral. In: OLIVEIRA, D. A. et al. Dicionário trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CD ROM.
CAVALIERE, A. M. Escola Pública de Tempo Integral no Brasil: filantropia ou política de estado? Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1205-1222, out. 2014.
CAVALIERE, A. M. Tempo de Escola e Qualidade na Educação Pública. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 1015-1035, out. 2007.
EGIDO, S. V. Educação matemática e desenvolvimento do pensamento computacional no 3º ano do ensino fundamental: crianças programando jogos com scratch. 2018. 134 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Educação em Ciências e em Matemática, Setor de Ciências Exatas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.
FERENHOF, H. A.; FERNANDES, R. F. Desmistificando a revisão de literatura como base para redação científica: método SSF. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, SC: v. 21, n. 3, p. 550-563, ago./nov., 2016.
GOHN, M. G. Educação não formal nas instituições Sociais. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 18, n. 39, p. 59-75, set./dez. 2016.
HAYASHI, M. I.; KERBAUY, M. T. M. A educação integral na produção acadêmica de teses e dissertações em educação (2010-2015). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. 2, p. 836–854, 2016.
LECLERC, G. de F. E.; MOLL, J. Educação integral em jornada diária ampliada: universalidade e obrigatoriedade? Em Aberto, Brasília, v. 25, n. 88, p. 17-49, jul./dez. 2012.
MAURÍCIO, L. V. Ampliação da jornada escolar: configurações próprias para diferentes contextos: Brasil e Europa. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 22, n. 85, p. 875-898, dez. 2014.
MOLL, J. Escola de tempo integral. In: OLIVEIRA, D. A. et al. Dicionário trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010.
MORAES, R; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Editora Unijuí, 2011.
PAOLIS, M. de. Gestão da ampliação da jornada escolar no ensino fundamental: políticas e práticas. 2018. 161 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
RAMOS, A.; FARIA, P. M.; FARIA, Á. Revisão sistemática de literatura: contributo para a inovação na investigação em Ciências da Educação. Revista Diálogo Educacional, v. 14, n. 41, p. 17-36, 2014.
SANTOS; M. L. S. dos; SILVA, K. N. P. Estado da arte sobre a educação integral em
Redes Municipais de Ensino no Brasil (2007-2017). InterMeio: Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo Grande, v. 25, n. 50, p. 139-160, jul./dez. 2019.
SCHMITZ, V.; TOMIO, D. O clube de ciências como prática educativa na escola: uma revisão sistemática acerca de sua identidade educadora. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 24, n. 3, p. 305-324, 30 dez. 2019.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).