UMA ANÁLISE DO TRATAMENTO DO MARCO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARANAENSE (LEI N. 20.541/2021) PARA O EMPREENDEDOR DIGITAL CULTURAL, DENTRO DA PERSPECTIVA DA ECONOMIA CRIATIVA
Resumen
O presente artigo analisa o tratamento que o novo Marco da Ciência, Tecnologia e Inovação Paranaense, MCTI/PR, dá ao empreendedor digital cultural. Promulgado durante a pandemia de Covid-19, e ainda não totalmente regulamentado, o MCTI/PR é apresentado como uma solução jurídica completa e inovadora para as políticas industriais e de inovação de um ente federativo. Por sua vez, os empreendedores digitais culturais atuam em uma parcela importante da economia, a chamada economia criativa. No entanto, é patente que a economia criativa, em nosso país, tem seu desenvolvimento restrito a determinados centros urbanos. Assim, o presente artigo parte da seguinte constatação: considerando a existência de um potencial desenvolvimento da economia criativa em um estado não protagonista neste campo no Brasil, o MCTI/PR apresenta ferramentas e institutos jurídicos aptos a promover seu desenvolvimento? Com este objetivo, o trabalho apresenta os conceitos de economia criativa, empreendedor digital cultural e dados referentes à situação de um grupo determinado destes empreendedores. Após, é feita uma apresentação e posterior avaliação dos institutos do MCTI/PR aplicáveis ao estatuto jurídico dos empreendedores digitais culturais. Como resultado, constatou-se um estreitamento do escopo das políticas de inovação para atividades econômicas estritamente tecnológicas e a possibilidade de incentivos indiretos a partir da regulamentação de Fundações de Apoio Universitário, o que limita as alternativas de desenvolvimento deste grupo.
Citas
______; LIMA, João P. R.; GATTO, Maria F. F. Inserção digital e desigualdades na demanda por cultura no Brasil. Nova Economia, v. 29, n. especial, p. 1221-1247, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/neco/a/CGH35CjVFStZ8bf9mRs7NXf/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 27 mar. 2022.
BARROS, Pedro H. B. de.; FREITAS JÚNIOR, Adirson M. de.; HILGEMBERG, Cleise M. de A. T. Determinantes da inovação na região sul do Brasil de 2004 a 2016: uma perspectiva a partir das Leis Estaduais de Inovação. Economic Analysis of Law Review, Brasília, v. 12, n. 3, p. 614-634, set./dez. 2021. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/EALR/article/view/10091/pdf. Acesso em 27 mar. 2022.
CASTRO, Francisco G.; FIGUEIREDO, Luiz F. A economia criativa como proposta de valor nos modelos de negócio. Navus – Revista de Gestão e Tecnologia. Florianópolis/SC, v. 6, n. 3, jul/set 2016. p. 111-122. Disponível em: http://navus.sc.senac.br/index.php/navus/article/view/111 Acesso em: 31 mar 2022
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Revista dos Tribunais. Vol 1. 24 ed. 2021.
FIRJAN. Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Rio de Janeiro: 2019. Disponível em: https://www.firjan.com.br/economiacriativa/downloads/MapeamentoIndustriaCriativa.pdf. Acesso em: 31 mar. 2022.
HOWKINS, John. Economia criativa – como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo: M. Books, 2013.
MACHADO, Ana F. et. al. Consumption of cultural goods and services and time allocation in Brazil. Nova Economia, v. 27, n. 1, p. 35-63, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/neco/a/mkgHhxCYxxXPxw4xQxyCfZR/?format=pdf&lang=en. Acesso em 27 mar. 2022.
MACHADO, Daiani M. Rock’n’Economy: análise da cena musical do rock na cidade de Ponta Grossa/PR na economia criativa. 2021. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021. Disponível em: https://tede2.uepg.br/jspui/bitstream/prefix/3390/1/Daiani%20Martins%20Machado.pdf. Acesso em 27 mar. 2022.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Oslo Manual: guidelines for collecting and interpreting innovation data. 3 ed. Paris, França: OECD, 2005. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/9789264013100-en.pdf?expires=1648601339&id=id&accname=guest&checksum=FE2481581C9C5A1BCBC48CF2222D5A65. Acesso em 27 mar. 2022.
OECD. Oslo Manual 2018: guidelines for collecting, reporting and using data on innovation. 4 ed. Paris, França: OECD, 2018. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/docserver/9789264304604-en.pdf?expires=1648601067&id=id&accname=guest&checksum=8ADD1D6C878B99FA26BD4846053B6F86. Acesso em 27 mar. 2022.
PARANÁ. Lei n. 17.314, de 24 de setembro de 2012. Dispõe sobre medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica em ambiente produtivo no Estado do Paraná. Disponível em: https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=76049&indice=1&totalRegistros=1&dt=30.2.2022.13.24.33.5. Publicado em 24 set. 2012. Acesso em 28 mar. 2022.
______. Lei n. 20.541 de 20 de abril de 2021. Dispõe sobre política pública de incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico, ao fomento de novos negócios, e a integração entre o setor público e o setor privado em ambiente produtivo no Estado do Paraná. Disponível em: https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=246931&indice=1&totalRegistros=1&dt=30.2.2022.13.22.18.698. Publicado em 20 abr. 2021a. Acesso em 28 mar. 2022.
______. Lei n. 20.537 de 20 de abril de 2021. Dispõe sobre as relações entre as Instituições de Ensino Superior, os Hospitais Universitários e os Institutos de Ciência e Tecnologia públicos do Estado do Paraná e suas Fundações de Apoio. Disponível em: https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=246927&indice=1&totalRegistros=1&dt=30.2.2022.13.17.43.23. Publicado em 20 abr. 2021b. Acesso em 28 mar. 2022.
RAUEN, Cristiane V. O novo marco legal da inovação no Brasil: o que muda na relação ICT-empresa? Radar: tecnologia, produção e comércio exterior, IPEA, n. 43, p. 21-36, fev. 2016. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/6051/1/Radar_n43_novo.pdf. Acesso em 27 mar. 2022.
SEIBLITZ, Dayana M. de L.; BONIFÁCIO, Andréa S. Um olhar sobre o consumo brasileiro de bens e serviços recreativos e culturais. Polêm!ca (UERJ), v. 12, n. 2, p. 764-777, abr./jun. 2013. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/8645/6620. Acesso em 27 mar. 2022.
STRAW, Will. Cenas Culturais e as Consequências Imprevistas das Políticas Públicas. In: JANOTTI JR, Jeder; PEREIRA DE SÁ, Simone (org). Cenas Musicais. Guararema, SP: Anadarco, 2013. p. 9-23.
VERDE, Lucas H. L.; MIRANDA, João I. de R. Uma análise econômica dos resultados brasileiros no Índice Global de Eficiência em Inovação frente ao novo Marco da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei n. 13.243/2016). Economic Analysis of Law Review, Brasília, v. 9, n. 2, p. 308-337, maio/ago. 2018. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/EALR/article/view/8727/pdf. Acesso em 27 mar. 2022.
______; ______. O futuro da propriedade intelectual no Brasil: análise econômica do direito sobre o Marco da Ciência, Tecnologia e Inovação. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019. Disponível em: https://www.editorafi.org/_files/ugd/48d206_c7de7754eebe4718a9e11c45d82579f6.pdf. Acesso em 27 mar. 2022.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).