ARGUMENTAÇÃO E ACONTECIMENTO

Resumen

Este texto traz uma posição específica a respeito do funcionamento da argumentação. A argumentação se caracteriza, segundo esta posição, pelo sentido de uma relação argumento – conclusão sustentada, na alocução, por um alocutor (um lugar social de dizer) a seu alocutário. Opõe-se assim às posições da retórica que definem a argumentação como a busca do convencimento ou da persuasão. Parte-se de uma discussão de uma passagem de um texto de Ducrot, que mudou de terreno esta questão, ao considerar a argumentação como significação. Fundamentalmente se discute a posição do platonismo de Ducrot ao considerar a linguagem como a “Caverna”. Em seguida o texto discute a questão do acontecimento revisitando a posição dos estoicos antigos. Posto este percurso é que se considera que a argumentação é a sustentação, do alocutor a seu alocutário, de uma relação argumento – conclusão. Caracterizada a questão, o texto se dedica a apresentar uma análise que mostra o funcionamento da argumentação no acontecimento enunciativo marcado, na alocução, pelo litígio do político.

Biografía del autor/a

Eduardo Guimarães, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Professor titular do Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem e pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) do Nudecri na UNICAMP.

Citas

Benveniste, E. (1970). “O Aparelho Formal da Enunciação”. Problemas de Linguística Geral II. Campinas, Pontes, 1989.

Bréhier. E (1965). A Teoria dos Incorporais no Estoicismo Antigo. Belo Horizonte, Autêntica, 2012.

Ducrot, O. (1973). “As Escalas Argumentativas”. Provas e Dizer. São Paulo, Global, 1981.

Ducrot, O. (1980). “Enunciação”. Enciclopédia Einaudi, 2. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Ducrot, O. (1993). “Théorie de l’argumentation dans la langue”, In Plantin (1993).

Ducrot, O. (2004). “L’argumentation rhétorique et argumentation linguistique”. In Doury, M. e Moirand, S. L’Argumentation aujourd’hui. Paris, Presses Sorbonne Nouvelle.

Gandavo (1576). História da Província Santa Cruz. São Paulo, Hedra, 2008.

Guimarães, E. (1987) Texto e Argumentação. Campinas, Pontes.

Guimarães, E. ( 2002). Semântica do Acontecimento. Campinas, Pontes, 2002.

Guimarães, E. (2012). Análise de Texto. São Paulo, Hucitec.

Guimarães, E. (2018). Semântica: Enunciação e Sentido. Campinas, Pontes, 2018.

Lausberg, H (1960). Manual de Retórica Literaria. Madrid, Gredos, 1966.

Perelman, Ch. E Tyteca, L.O. (1958). Traité de l’Argumentation. Bruxelas, Editions de l’Université de Bruxelles, 1970.

Plantin C. (org) (1993). Lieux communs, topoi, stéréotypes, clichés. Paris, Kimé.

Plantin, C. (2004). “Situation des études d’argumentation: de délégitimations en reinventions”. In Doury, M. e Moirand, S. L’Argumentation aujourd’hui. Paris, Presses Sorbonne Nouvelle.

Plantin, C. (2005). A Argumentação. São Paulo, Parábola.

Toulmim, S. (1958). Os Usos do Argumento. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

Publicado
2022-06-21