O BRINCAR DE CORPO INTEIRO: O BEBÊ E A SUTILEZA DAS INTERAÇÕES

Palavras-chave: Brincar. Bebês. Interações.

Resumo

O presente artigo tem o objetivo de discutir sutis processos de desenvolvimento e aprendizagens constituídos pelo bebê ao brincar de corpo inteiro e suas relações com o ambiente e com os demais sujeitos. Trata-se de um estudo bibliográfico, de abordagem qualitativa, ancorado nos aportes teóricos, em especial de Wallon (1968, 2007, 2010) e Vygotsky (1991, 1996), que apontam o brincar como uma ação intrínseca para o desenvolvimento das crianças e uma forma de estar no mundo. Por ser a brincadeira um meio de apropriação de saberes pelo bebê, ele busca compreender, por meio das interações, os sentidos e significados do que está em sua volta. Compreende-se que o fazer docente no berçário ocupa o lugar de diálogo, de escuta e de observação com e sobre os bebês. E o brinquedo assume o valor simbólico na constituição desse bebê enquanto sujeito histórico-cultural que faz escolha e produz cultura lúdica. 

 

Biografia do Autor

Celita Maria Paes de Sousa, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP). Docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Pará e do Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/UFPA). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação (INFANCE). 

Daniele Dorotéia Rocha da Silva de Lima, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutora em Educação em Ciências e Matemática (PPGECM-UFPA). Mestra em Educação PPGED (UFRN). Docente do Instituto de Ciências da Educação(ICED/UFPA) e do Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/UFPA). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Infâncias e Educação (INFANCE). Coordenadora de Integração Estudantil  (CIE/SAEST/UFPA).

Referências

ALFANDÉRY, Helene Gratiot (Tradução). Henri Wallon. Recife. Fundação Joaquim Nabuco: Massangana, 2010.

BARBOSA, Maria Carmen. Os resultados da avaliação de propostas curriculares para a educação infantil dos municípios brasileiros. In: Anais do I Seminário Nacional: Currículo em movimento – Perspectivas Atuais. Belo Horizonte, novembro de 2010.

BARBOSA, Maria Carmen. Tópicos para (re)pensar os rumos para a educação infantil (pós)pandemia. Revista Zero a seis. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, v.23, n.44, p.1422 -1448, jul/dez, 2021.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília. MEC/SEB, 2017.

_________. Brinquedos e Brincadeiras de Creche: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012.

_________. Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças. Brasília: MEC, SEB, COEDI, 2009.

_________. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2009.

________. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Imprensa Oficial, 1996.

_________. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1 e 2.

COSTA, Lúcia Helena. Estágio Sensório-Motor e Projetivo. In: ALMEIDA, Laurinda; MAHOMEY, Abigail (orgs). Henri Wallon: psicologia educação.11 ed. São Paulo.

KÁLLO, E; BALOG, G. As origens do brincar livre. São Paulo: Editora Omnisciência, 2017.

DUARTE, Marcia Pires; GULASSA, Maria Lúcia. Estágio Impulsivo Emocional. In: ALMEIDA, Laurinda; MAHOMEY, Abigail (orgs). Henri Wallon: psicologia educação.11 ed. São Paulo.

LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n° 19 p. 20-28, jan. /abr. 2002.

LEONTIEV, Alexis Nikolaevich. O desenvolvimento do psiquismo. Tradução Manuel Dias Duarte. 3 ed. Lisboa: Horizonte Universitário, 1978.LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978.

LIMA, Daniele. D. R. S. Clube de Ciências da UFPA e docência: experiências formativas desde a infância. 2015. 155 f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemática) - Universidade Federal do Pará. Belém. 15/05/2015.

MELLO. Suely Amaral. O cuidado e a educação dos bebês e a formação de dirigentes. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 28, n. 3, p. 23-42, Set/Dez, 2017. ISSN: 2236-0441 DOI: 10.14572/nuances.v28i3.5273 Acessado em https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/5273/

MENDES, Maria Isabel Brandão de Souza; NÓBREGA, Terezinha Petrucia da. Corpo, natureza e cultura: contribuições para a educação. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, n. 27, p. 125-137, set-dez/2004.

OLIVEIRA, Zilma M. O currículo na educação infantil: o que propõem as novas diretrizes nacionais? In: Anais do I Seminário Nacional: Currículo em movimento. Perspectivas atuais. Belo Horizonte, novembro, 2010.

PIKLER, E. Moverse em liberdade: desarrollo de la motricidade global. Madrid: Narcea Ediciones, 2010.

TIRIBA, Léa. Crianças da natureza. Anais do I Seminário Nacional: currículo em movimento. Perspectivas Atuais. Belo Horizonte, novembro de 2010.

GARCIA, Rosemary; SÁ, Fabrícia; RODRIGUES, Silvia. Brincar na Creche: Um Olhar Sobre Teses e Dissertações. In: Revista FSA. V. 18, n. 6 p. 118-132, jun, 2021. Disponível em: www4.fsanet.com.br/revista.

TRISTÃO, Fernanda Carolina Dias. Ser professora de bebês: um estudo de caso de uma creche conveniada. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) − Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

VYGOTSKY, Lev Semyonovich. Obras Escolhidas IV. Madrid, Centro de publicaciones Del M.E.C. y Visor Distribuciones, 1996.

VYGOTSKY, Lev Semyonovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

_______________. As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole, 1968.

Publicado
2022-05-12