O MUNDO FEMININO NA ÓTICA DE UM GRUPO DE MULHERES DE PORTO VELHO, BRASIL, NO INÍCIO DO SÉCULO XX: NOTAS PRELIMINARES DE PESQUISA

Resumen

Porto Velho é uma cidade com pouco mais de cem anos, que nasceu a partir de uma realidade formatada por construtores americanos do conglomerado do entorno da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (1907-1912). Em seu início, apresentava além da zona ordenada que mantinha em segurança engenheiros, funcionários e famílias, outro cenário, representado por uma ruralidade de floresta, cidade Far West, povoado de modo desordenado que se auto-intitulava como Porto Velho dos Brasileiros. Um grande canteiro de obras ferroviário que recebeu operários de várias partes do mundo e do Brasil, e igualmente um enorme contingente de mulheres que, ali chegando deixaram um legado de vida que garantiu a ampliação cada vez mais crescente do número de habitantes. Utilizando-se da história oral, temos como objetivo ligar os ‘retalhos’ do mundo vivido e experimentado por essas destemidas pioneiras. Verificamos que as mulheres de Porto Velho viam-se diante de um caleidoscópio de necessidades, e responderam a elas da melhor forma possível. Verdadeiras heroínas: solteiras, casadas, prostitutas, lavadeiras, benzedeiras, e muitas outras; são as mães dos filhos dessa cidade.

Biografía del autor/a

João Guilherme Rodrigues Mendonça, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Professor Associado da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Membro do Grupo de Estudos do Desenvolvimento e da Cultura Corporal (GEDCC/UNIR); Membro do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Educação e Infância (EDUCA/UNIR).

Marlene Rodrigues, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Professora Adjunta da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Membro do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Educação e Infância (EDUCA/UNIR).

Paulo Rennes Marçal Ribeiro, UNESP

Professor Associado no Departamento de Psicologia da Educação e Programas de Pós-Graduação em Educação Sexual e Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, em Araraquara.

Citas

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Publicado
2021-02-10