ENTRE O CIENTÍFICO E O SENSÍVEL, O TEÓRICO E O PRÁTICO NO CURSO DE PEDAGOGIA: TECENDO CONSIDERAÇÕES ENTRE O BRINCAR, O CORPO E A ARTE

Palavras-chave: Arte e infância. Formação de professores. Teoria e prática.

Resumo

O relato de experiência apresenta discussões referentes ao (não) lugar de disciplinas que tratam da ludicidade, do corpo e da arte na formação de professores no Curso de Pedagogia. Aborda as relações de poder entre áreas de conhecimentos no contexto de reformulação do Curso de Pedagogia de uma universidade estadual do Paraná. Apresenta os elementos teórico-práticos de uma disciplina e suas contribuições na formação de professores de crianças, destacando a sensibilidade, o afeto, a experiência e a reflexão sobre a ação como formas de marcar a formação docente inicial. As análises tomam por base Gatti (1992), Friedmann (1998), Ostetto (2014), documentos oficiais, dentre outros. O texto conclui que é necessário um diálogo mais aprofundado sobre a infância e seus processos educativos no âmbito da reformulação do curso como forma de que os saberes da prática e das experiências sejam valorizados no percurso formativo para a docência com crianças.

Biografia do Autor

Marilúcia Antônia de Resende Peroza, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Doutora em Educação pela PUCPR. Professora Adjunta do Departamento de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa – PPGE/UEPG. Líder do Grupo de Estudos Pesquisa e Extensão em Educação Infantil GEPEEDI/CNPq – UEPG que compõe a Rede Interinstitucional de Pesquisadores sobre Formação e Práticas Docentes (RIPEFOR).

Daiana Camargo, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Nacional de La Plata/UNLP- AR. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa /UEPG. Professora no Curso de Pedagogia/UEPG. Integrante do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Infantil - GEPEEDI/CNPq e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar – GEPEFE/CNPq.

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Publicado
2022-05-17