TRABALHO DOCENTE E INCLUSÃO DIGITAL EM TEMPOS DE PANDEMIA DE COVID-19: UMA PÓS-VERDADE SOBRE A DOCÊNCIA E O ENSINO
Resumen
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que discute aspectos que impactam no ensino remoto em tempos de pandemia de Covid-19, do ponto de vista dos professores, em relação ao trabalho docente e à inclusão digital, tendo como premissa a configuração de uma pós-verdade sobre a docência e o ensino nesse contexto. A metodologia adotada foi a snowball sampling, com o desenvolvimento de um questionário on-line não identificado, distribuído pelas redes dos pesquisadores e replicado pelos participantes. Os dados apontam que há limites na formação sobre tecnologias digitais por parte dos/as docentes para sua atuação na educação de forma remota, e também um limite da concepção do processo pedagógico, restringindo-o à execução de tarefas ligadas aos conteúdos. Outro dado demonstra um sentimento de desprofissionalização docente por parte dos professores. Nas considerações finais, apontam-se elementos que contribuem para uma pós-verdade sobre a docência e o ensino em tempos de pandemia.
Citas
ALMEIDA, Jane Soares de. Mulher e educação: a paixão pelo possível. SãoPaulo: UNESP, 1998.
BALL, Stephen et. al. A constituição da subjetividade docente no Brasil: um contexto global. In: Revista Educação em Questão, Natal, v. 46, n. 32, p. 9-36, maio/ago. 2013
BALTAR, F.; BRUNET, I. Social research 2.0: virtual snowball sampling method using Facebook, Internet Research, Vol. 22 No. 1, pp. 57-74, 2012.
BIERNACKI, P.; WALDORF, D. Snowball Sampling: Problems and techniques of Chain Referral Sampling. Sociological Methods & Research, vol. nº 2, November. 141-163p, 1981.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Reexame do Parecer CNE/CP nº 5/2020, que tratou da reorganização do Calendário Escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19. Parecer CNE/CP n.09/2020. Brasília, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 09 de julho de 2020 – Seção 1 – pp. 129. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-e-resolucoes/33371-cne-conselho-nacional-de-educacao/90771-covid-19 Acesso em 29 set 2020.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Orientações Educacionais para a Realização de Aulas e Atividades Pedagógicas Presenciais e Não Presenciais no contexto da Pandemia da COVID-19. Parecer CNE/CP n.11/2020. Brasília, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 03 de agosto de 2020 – Seção 1 – p 57. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-e-resolucoes/33371-cne-conselho-nacional-de-educacao/90771-covid-19 Acesso em 29 set 2020.
CASTELLS, Manuel. A era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura - O Poder da Identidade. Vol.2. 3ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza. Formação do corpo docente e valores na sociedade brasileira: a feminização da profissão. IN: CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza, SILVA, Vera Lúcia Gaspar da (org) Feminização do magistério: vestígios do passado que marcam o presente. Bragança paulista: EDUSF, 2002. p. 13 – 37.
CETIC.Br, Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. Pesquisa TIC Educação 2018 (Cetic.br, 2018). Disponível em:
CGI.br, Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pesquisa TIC Domicílios 2019. Disponível em:
DELMAZO, Caroline; VALENTE; Jonas C..; Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo. Vol.18, Nº. 32. Lisboa, Abr. 2018. Acesso em:
DICIONÁRIO OXFORD. Post-truth. (2016). Disponível em:
GATTI, Bernardete Angelina; BARRETO, Elba Siqueira de Sá; ANDRÉ, Marli. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO, 2011.
HARGREAVES, Andy. O ensino na sociedade do conhecimento: educação na era da insegurança. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LEMOS, André. Cibercultura. Alguns Pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS, André; CUNHA, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina: Porto Alegre, 2003.
AUTOR, 2015.
AUTOR, 2020.
Magalhães, MN; Lima, ACP. Noções de Probabilidade e Estatística. São Paulo:
EDUSP, 2008.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. Os trabalhadores da educação e a construção política da profissão docente no Brasil. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. especial 1, p. 17-35, 2010. Editora UFPR.
PERONI, Vera M.V. Implicações da relação público-privado para a democratização da educação no Brasil. In: PERONI, V.M.V. (Org.) Diálogos sobre as redefinições do papel do Estado e nas fronteiras entre o público e o privado na educação. São Leopoldo: Oikos, 2015, p. 15-34.
PRETTO, Nelson de Luca. O desafio de educar na era digital: educações. In: Revista Portuguesa de Educação, vol. 24, núm. 1, 2011, p. 95-118.
SANTAELLA, Lucia. A pós-verdade é verdadeira ou falsa? Barueri: Estação das Letras e Cores, 2019.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. Coimbra: Edições Almedina, 2020.
SERPA, Felipe. Rascunho Digital: Diálogos com Felippe Serpa. Salvador: Edufba, 2004.
SILVA, Vera Lúcia Gaspar da. Profissão: professora. IN: CAMPOS, Maria Christina Siqueira de Souza, SILVA, Vera Lúcia Gaspar da (org) Feminização do magistério: vestígios do passado que marcam o presente. Bragança paulista: EDUSF, 2002. p. 95 – 122.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2014.
WICHOWSKI, Alexis. Pós-verdade na era da informação (vídeo). 2017. Disponível em:
YOUNG, Michael. Teoria do currículo: o que é e por que é importante. In: Cadernos de Pesquisa, v.44 n.151 p.190-202 jan./mar. 2014.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).