FANTASIA ENTRE A PÁGINA E A TELA NA FORMAÇÃO DO LEITOR CRIANÇA: UM DIÁLOGO EMANCIPATÓRIO
Resumen
Este artigo analisa a presença da fantasia e do real em duas narrativas infantis: Procurando Nemo (2003), filme do cineasta Andrew Stanton, e Nemo, o peixinho filósofo (2009), livro de Assis Brasil. Esse diálogo entre literatura e cinema é pertinente para se entender o protagonismo dos personagens homônimos, bem como apresentar as suas aproximações do ponto de vista temático. Desse modo, a partir de estudiosos sobre cinema, como Merten (1990), e literatura infantil, como Zilberman (2003) e Magalhães (2001), entre outros, buscar-se-á a compreensão do papel da fantasia e do real na produção cultural destinada à criança. Assim, o estudo aponta que as obras Procurando Nemo e Nemo, o peixinho filósofo, em diálogo, por meio da fantasia, propiciam possibilidades de produção de sentidos que incidem na formação dos leitores crianças, numa perspectiva reflexiva e participativa sobre o mundo, conhecendo e reconhecendo as suas demandas existenciais, enquanto sujeito sociohistórico na contemporaneidade.
Citas
AUMONT, Jacques et al. A estética do filme. Tradução Marina Appenzeller. 6. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008a. (Coleção Ofício de Arte e Forma).
AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Tradução Marina Appenzeller. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008b. (Coleção Campo Imagético).
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução Sergio Paulo Rouanet. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. (Obras escolhidas, vol. 1).
BRASIL, Francisco de Assis Almeida. Nemo, o peixinho filósofo. Teresina: Nova Aliança, 2009.
CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. In: Textos de intervenção. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2002. (Coleção Espírito Crítico).
CORSEUIL, Anelise Reich. Literatura e cinema. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (Orgs.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 2. ed. Maringá: Eduem, 2005.
CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO, Mário. A psicanálise na terra do nunca: ensaios sobre a fantasia. Porto Alegre: Penso, 2011.
CUNHA, Maria Zilda da. Na tessitura dos signos contemporâneos: novos olhares para a literatura infantil e juvenil. São Paulo: Humanitas; Paulinas, 2009.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
GÓES, Lúcia Pimentel. Introdução à literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010. (Coleção literatura & ensino).
JESUALDO. A literatura infantil. Tradução James Amado. São Paulo: Cultrix, 1993.
MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura infantil brasileira em formação. In: ZILBERMAN, Regina; MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura infantil: autoritarismo e emancipação. 2. ed. São Paulo: Ática, 1984. (Ensaios, 82).
MAGALHÃES, Maria do Socorro Rios. Literatura infantil: a fantasia e o domínio do real. Teresina: EDUFPI, 2001.
MERTEN, Luiz Carlos. O cinema e a infância. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). A produção cultural para a criança. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990. p. 43-59.
NITRINI, Sandra. Literatura comparada: história, teoria e crítica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000.
PROCURANDO Nemo. Direção e Roteiro: Andrew Stanton. Co-Direção: Lee Unkrich. Produção: Graham Walters. Estados Unidos: Walt Disney/Pixar Animation Studios, 2010. 1 DVD (100 min), color.
SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos. Uma ideia toda azul: diálogo entre imaginação e fantasia. In: ZINANI, Cecil Jeanine Albert; SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos Santos. Multiplicidade dos signos: diálogos com a literatura infantil e juvenil. 2. ed. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2010.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Tradução Fernando Mascarello. Campinas, SP: Papirus, 2003. (Coleção Campo Imagético).
VERNE, Júlio. Vinte mil léguas submarinas. Tradução e adaptação Walcyr Carrasco. São Paulo: FTD, 2007.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).