EDUCAÇÃO E PROCESSOS (SEMI) FORMATIVOS NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE FRANKFURTIANA

Resumen

Este artigo trata do tema (Semi) formação docente. Pretende-se refletir sobre a nova proposta de formação de professores presente nas DCN’s para a formação inicial de professores, a qual instituiu também a BNC da formação de professores. Partiu-se do questionamento: de que forma as políticas formativas atuais instauram “novos” modos de (semi) formar a docência? As análises realizadas apontaram que as propostas formativas formuladas pelas políticas nacionais de formação de professores estão subordinadas aos imperativos semiformativos, reduzindo a capacidade crítica do pensar e do fazer pedagógicos. Nesse contexto, a proposta deste artigo é refletir sobre a importância de se conceber os caminhos da educação comprometida com a formação (Bildung) de indivíduos autônomos capazes de ressignificar a percepção da realidade pela via da crítica. Viu-se na Teoria Crítica o referencial teórico-filosófico que contempla a possibilidade de desenvolver em bases diferentes a análise do processo social em que se insere a Educação na atualidade, bem como seus vínculos com a produção da (Semi) formação (Halbbildung).

Biografía del autor/a

Ademir Henrique Manfré, Universidade do Oeste Paulista/Unoeste

Doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista/UNESP. Docente da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação da Universidade do Oeste Paulista/UNOESTE/PP. 

Citas

Referências
ADORNO, Theodor. Educação e Emancipação. Tradução de Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

ADORNO, Theodor. Teoria da Semicultura. Tradução de Newton Ramos-de-Oliveira; Bruno Pucci; Cláudia Barcela Abreu. Revista Educação e Sociedade, n° 56, Campinas, São Paulo: Papirus, p. 388-411, set./dez. 1996.

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar ed., 1985.

ARROYO, Miguel. A formação docente-educadora, interrogada? In: RIOS, Jane A. V. (Org.). Políticas, práticas e formação na Educação Básica. Salvador: EDUUFBA, 2015, p. 9-15.
BONDIA, Jorge L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, n° 19, p. 20-28, jan./abr. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n19/n19a02.pdf. Acesso em: 20 jun. 2020.

BRASIL (1996). Lei n° 9 394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 jan. 2020.

BRASIL (2017). Base Nacional Comum Curricular. MEC, Brasília: Diário Oficial da União, de 20 de dezembro de 2017 – Seção 1, p. 7-13. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 23 jun. 2020.

BRASIL (2018). Proposta para a Base Nacional Comum da formação de professores da Educação Básica, MEC, Brasília, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=105091-bnc-formacao-de-professores-category_slug=dezembro-2018-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 13 abr. 2020.

BRASIL, MEC/CNE/CP (2002). Resolução n° 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res1_2.pdf. Acesso em: 23 jun. 2020.

BRASIL, MEC/CNE/CP (2019). Resolução n° 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial de professores da Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação inicial de professores da Educação Básica (BNC - Formação). Brasília: Diário Oficial da União, de 10 de fevereiro de 2020 – Seção 1, p. 87-90. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=116731-rcp001-19&category_slug=julho-2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 13 fev. 2020.

BRASIL, MEC/CNE/CP (2019). Parecer CNE/CP n° 22/2019. Revisão a Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015. Brasília: Diário Oficial da União, de 20 de dezembro de 2019, Seção 1, p. 142. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=133001-pcp022-19&category_slug=dezembro-2019-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 12 fev. 2020.

BRASIL. MEC/CNE/CP (2015). Resolução n° 2, de 1º de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares nacionais para a Formação inicial em nível superior (Curso de licenciatura, cursos de formação pedagógicas para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Brasília: Diário Oficial da União, de 2 de julho de 2015, Seção 1, p. 8-10. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/agosto-2017-pdf/70431-res-cne-cp-002-03072015-pdf/file. Acesso em: 14 jul. 2020.

BUENO, Sinésio F. Pedagogia sem sujeito: qualidade total e neoliberalismo em educação. São Paulo: Annablume, 2003.
CARRUSO, Marcelo; DUSSEL, Inês. A invenção da sala de aula: uma genealogia das formas de ensinar. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.

DEGASPERI, Andressa. Experiências na escola: os sentidos que damos àquilo que nos toca e nos acontece no espaço escolar. Monografia (Centro Universitário Univates). Lajeado, RS, 2015.

DIAS, Rosimeri. Formação inventiva de professores (Org.). Rio de Janeiro: Lamparina, 2012.

FARIAS, Isabel M. O discurso curricular da proposta para a BNC da formação de professores da Educação Básica. Retratos da Escola, Brasília, v. 13, n° 25, p. 155-168, jan./maio 2019. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/961. Acesso em: 13 jul. 2020.

FREITAS, Luiz Carlos de. A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

FREITAS, Luiz Carlos de. Agenda dos reformadores empresariais pode destruir a educação pública no Brasil. Revista ADUSP, São Paulo, p. 6-18, 2012.

FREITAS, Luiz Carlos de. Os empresários e a política educacional: como o proclamado direito à educação de qualidade é negado na prática pelos reformadores empresariais. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 6, n. 1, p. 48-59, jun. 2014.

FUNDAÇÃO ITAÚ-SOCIAL. Organizações da sociedade civil e escola pública: uma parceria que transforma. CENPES, São Paulo, 2015, 144 p. Disponível em: https://legado.educacaoeparticipacao.org.br/materiais/organizacao-da-sociedade-civil-e-escola-publica-uma-parceria-que-transforma/. Acesso em: 21 fev. 2020.

FUNDAÇÃO LEMANN. Relatório de atividades da Fundação Lemann. São Paulo, 2016. Disponível em: https://fundacaolemann.org.br/?gclid=EAIaIQobChMIxv2eyfvj6gIVQQ2RCh1MzAtIEAAYASAAEgKKcvD_BwE. Acesso em: 23 jan. 2020.

GATTI, Bernadete; NUNES, Marina R. (Orgs.). Formação de professores para o Ensino Fundamental: estudo de currículos da licenciatura em Pedagogia, Língua Portuguesa, Matemática e Ciências Biológicas. São Paulo: FCC/DPE, 2008.

GUEDES, Marilde. Política de formação docente: as novas diretrizes e a base nacional comum instituídas. Revista de Ciências humanas e sociais, v. 01, n° 54, p. 82-103, jan./jun. 2020.

MAAR, Wolfgang L. Adorno, Semiformação e Educação. Revista Educação e Sociedade, Campinas, São Paulo, v. 24, n° 83, p. 459-476, maio/ago. 2003.

OLIVEIRA, Paulo C. Educação e emancipação: reflexões a partir da filosofia de Theodor Adorno. Revista Theoria – revista eletrônica de filosofia, v. 6, n° 15, p. 37-44, jan./jul. 2015. Disponível em: https://www.theoria.com.br/edicao0109/Educacao_e_Amancipacao.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020.

PERRENOUD, Phillipe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed ed., 2002.

RAMOS, Mozart. Novas diretrizes para a formação de professores: qualidade do docente é o fator principal na educação. Folha de São Paulo, São Paulo, 21 de nov. de 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/11/novas-diretrizes-para-a-formacao-de-professores.shtml. Acesso em: 20 jun. 2020.

RODRIGUES, Larissa; PEREIRA, Beatriz; MOHR, Adriana. O documento “Proposta para a Base Nacional Comum da Formação de professores da Educação Básica” (BNCFP): dez razões para temer e contestar a BNCFP. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 20, n. 01, p. 1-39, jan./dez. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/16205. Acesso em: 23 jul. 2020.

SILVA, Kátia A. C. P. A Residência Pedagógica na formação de professores: história, hegemonia e resistências. Revista momento: diálogos em educação, v. 28, n° 2, p. 160-178, maio/ago. 2019. Disponível em: https://periodicos.furg.br/momento/article/view/8062. Acesso em: 26 jun. 2020.

TODOS PELA EDUCAÇÃO. Educação: agenda de todos. São Paulo: Ed. Moderna, 2017. Disponível em: https://www.todospelaeducacao.org.br/pag/iniciativa-educacao-ja?gclid=EAIaIQobChMItY3B0vzj6gIVBguRCh3TUw9PEAAYASAAEgJucvD_BwE. Acesso em: 14 jul. 2020.

VENTORIN, Silvana; ASTORI, Fernanda; BITENCOURT, Juverci. O desmonte das políticas de formação de professores confrontado pelas entidades acadêmico-científicas. Jornal de Políticas Educacionais, v. 14, n. 22, p. 1-8, 26 abril 2020. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/jpe/article/view/71854. Acesso em: 12 fev. 2020.

ZUIN, Antônio A.S.; ZUIN, Vânia G. A atualidade do conceito de Semiformação e o renascimento da Bildung. Revista Espaço Pedagógico, v. 24, n° 3, p. 420-436, set./dez. 2017. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/7757 Acesso em: 14 maio 2020.
Publicado
2021-07-22