PROCESSOS EDUCATIVOS INSCRITOS EM EXPERIÊNCIAS DO TRABALHO COTIDIANO: ANCESTRALIDADE, APRENDIZAGEM E REPRODUÇÃO CULTURAL DE COMUNIDADES GUAJARINA, AMAZÔNIA PARAENSE
Resumen
Analisa-se o educativo inscrito em experiências do trabalho cotidiano, saberes e aprendizagens que garantem a sobrevivência e reprodução da cultura de uma comunidade tradicional ribeirinha. Tem como pressuposto que por intermédio de uma educação não escolar, segundo Brandão (1986), é preservado uma diversidade de saberes milenares de raízes indígenas e remanescentes da “revolução neolítica”, que possibilitam os sujeitos dessa comunidade sobreviverem no complexo bioma amazônico guajarino a partir de uma determinada ancestralidade, e constituírem sua identidade cultural formas de resistência, manutenção da cadeia produtiva e do seu potencial etnocientífico, ainda que ameaçados pelas incursões capitalistas do agronegócio na Amazônia, pecuária extensiva e da expansão da fronteira agrícola com a monocultura da soja e do dendê, ao arrolarem junto com a cadeia produtiva tradicional, o rico e fragilizado patrimônio material e imaterial que se constitui o objeto da pesquisa, cujo contexto fomentou a realização desse estudo.
Citas
ALBUQUERQUE, Maia Betânia B. Beberagens Indígenas e Educação Não Escolar no Brasil Colonial. Belém do Pará, FCPTN, 2012.
BRANDÃO, Carlos Ropdrigues. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 2007.
_______. A Educação como cultura. Capinas/SP: Mercado das Letras, 2002.
BONDIA, Jorge Larrosa. Tremores: escritos sobre experiência I; tradução: Cristina Antunes, Joao Wanderley Geraldi. 1 ed. Belo Horizonte, 2014. (Coleção Educação: Experiência e Sentido).
_______. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Trad. João Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação, n.19, jan/fev/mar/abri, 2002, p.20-28.
CERTEAU. Michel. A invenção do cotidiano. 1. Artes de fazer. Petropólis: Vozes, 1994.
CHARLOT. Bernard. Da relação com o saber: Elementos para uma teoria.Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
DIEGUES, Antônio Carlos Santana. O Mito Moderno da Natureza Intocada. 3 ed. São Paulo: HUCITEC, 2001.
FOUCALT, Michel. Arqueologia do saber. Tradução: Felipe Baeta Neves. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere: 06 vol.: Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
INGOLD, Tim - Repensando o animado, reanimando o pensamento Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 10-25, jul/dez. 2013.
LÉVI STRAUSS, C. O Pensamento Selvagem. 8 ed. Campinas: Papirus, 1999.
LIBÂNIO, José Carlos. Os campos contemporâneos da didática e do currículo: aproximações e diferenças. In: OLIVEIRA, Maria Rita N.S. Confluências e divergências entre didática e currículo. Capinas: Papirus, 1998.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Trad. Paulo Nunes. Ed. Naify, 2003.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. Uma outra ‘invenção’ da Amazônia: Religiões, histórias, identidades. 1 ed.: Belém: CEJUP, 1999.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno de (Org.). Cartografias Ribeirinhas: saberes e representações sobre práticas sociais cotidianas de alfabetizandos amazônidas. 2 ed. Belém: Eduepa, 2007.
SILVA, Maria das Graças da. Saberes culturais e práticas escolares: ecossocioeducativos em territórios insulares. In: SOUZA, Dayana Viviany Silva de; VASCONCELOS, Maria Eliane de Oliveira; HAGE, Salomão Antônio Mufarrej. (Orgs.). Povos Ribeirinhos da Amazônia: educação e pesquisa em diálogo. Curitiba: CRV,2017, p.309-20.
_______. Práticas educativas ambientais, saberes e modos de vida locais. Revista Cocar, Belém, v.1, p.45-58, jan-jun, 2007.
TARDIF, Maurice. Saberes docente e formação profissional. 17 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).