TORNAREM-SE MULHERES – HOJE SÃO CORALINAS
Abstract
A segregação social oriunda da hierarquia de gênero marca a historiografia de seres humanos que nasceram com um órgão genital que as rotulavam como inferiores e submissas. Nascer com uma vagina ou um pênis era\é um fator determinante na construção cultural de uma sociedade marcada pelo machismo. Foi/é preciso organizar, lutar, empoderar e identificar-se enquanto mulher para romper os paradigmas estruturais de uma conjuntura posta. O presente artigo destina-se a análise da relação entre literatura e gênero a partir do Projeto Mulheres Coralinas, objetivando compreender algumas identidades femininas retratadas na obra Coralineana e a influência teórica da literatura na efetivação prática de deste projeto que almeja garantir as mulheres autonomia econômica e social, pela mediação da formação profissional em oficinas que além do oficio abordam a leitura, rodas de conversa e trocas de experiência. O cotidiano da vida tornou-as mulher, o acesso ao conhecimento, a busca por uma sociedade mais justa e digna, tornou-as coralinas. Para a compreensão da efetividade do Projeto Mulheres Coralinas serão abordadas algumas reflexões voltadas ao espaço, pela teoria da topoanálise de Bachelard, a questões relativas a identidade, abordada por Simone Beauvoir e Judith Butler, o corpo como elemento constitutivo da identidade cultural, pela perspectiva da Guacira Lopes Louro, entre outros. A metodologia contempla as pesquisas bibliográficas e documentais , tendo como corpus para pesquisa o livro Mulheres Coralinas de autoria das professoras Ebe Maria de Lima Siqueira e Goiandira Ortiz de Camargo.
References
BRITTO, Clovis Carvalho. “Dar que falar às bocas de Goiás”: estratégias e repercussões do projeto criador de cora coralina no campo literário brasileiro. UnB – Universidade de Brasília. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Brasília – DF – Brasil. Estudos de Sociologia, Araraquara, v.14, n.27, p.339-357, 2009.
CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
COMPAGNON, Antoine. O Demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
CORALINA, Cora. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 9. ed. São
Paulo: Global, 2007.
CORALINA, Cora. Estórias da casa velha da ponte. 13. ed. São Paulo: Global, 2006.
CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. 20. ed. São Paulo:
Global, 2001.
CORALINA, Cora. O Tesouro da Casa Velha. 6. ed. São Paulo: Global, 2014.
LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: Pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
SANTOS, Magda Guadalupe dos. O pensamento filosófico – feminista: de Simone Beauvoir. Revista Cult. Disponível em:[www.revistacult.com.br]. novembro de 2015.
SIQUEIRA, Ebe Maria de Lima; CAMARGO, Goiandira Ortiz de. Mulheres Coralinas. Goiânia: Cânone Editorial, 2016.
TUBURI, Marcia. Judith Butler: Feminismo como provocação. https://revistacult.uol.com.br/home/judith-butler-feminismo-como-provocacao. 5 de novembro de 2013.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).