ESCREVIVÊNCIAS COMO PRÁTICAS COMUNICATIVAS CONTEMPORÂNEAS: A ESCRITA DE SI COMO CONSTRUÇÃO DE SUBJETIVIDADES DE MULHERES NEGRAS

Abstract

O presente artigo tem como objetivo apresentar o conceito de ‘escrevivências’, de autoria da escritora Conceição Evaristo, como instrumento de combate à violência interseccional e como importante prática comunicativa contemporânea. Trata-se de uma pesquisa interdisciplinar e qualitativa, realizada a partir do aporte epistemológico dos estudos de gênero e interseccionalidade, comunicação e direitos humanos. Nesta pesquisa, apresenta-se o conceito de escrevivências como ferramenta de construção de subjetividade e autoconhecimento. A princípio, discute-se sobre o histórico de silenciamento das narrativas de mulheres negras no Brasil. Posteriormente tem-se o significado e importância das escrevivências na construção de espaços de subjetividade e comunicação dessas mulheres. Por fim, este trabalho também representa uma forma de reivindicação na construção de novas epistemologias a partir das vivências de pessoas em grupos subalternizados.

Author Biographies

Carine Campos Santos, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil.

Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Psicóloga Clínica e Supervisora.

References

A MULHER Rei. Direção: Gina Prince-Bythewood. TrisStar Pictures, 2022. 2:22 h.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.
BENTO, C. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
XXXXXXxxxxxx. Interseccionalidade quadro conceitual xxxxxxx, 2023.
CRENSHAW, Kimberle. Mapping thens Margins: Intersectionality, identity politics, and violence against women of color. 1995.
DIAS, Amanda. Instagram: @granapreta https://www.instagram.com/granapretaoficial/. Disponível em: 30 dez. 2023.
DUARTE, E. de A. O negro na literatura brasileira. Navegações, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 146–153, 2014. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/navegacoes/article/view/16787. Acesso em: 29 dez. 2023.
ESCREVIVÊNCIAS. Comunicadoras: Gabi Oliveira e Karina Vieira. [S. l.]: Afetos, jul. 2020. Podcast. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/1xzJRZOSqrkiryk3jtcejq?si=5kq8bkbfQf-El01lmsYk8A. Acesso em: 30 dez. 2023.
EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo, v. 1, p. 26-46, 2020.
_________, Conceição. Becos da memória. Pallas Editora, 2017.
_________, Conceição. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Revista Palmares, v. 1, n. 1, p. 52-57, 2005.
_________, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003. _. Conceição por Conceição Evaristo. Depoimento concedido durante o I Colóquio de Escritoras Mineiras, realizado em maio de 2009.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília: Editora Unb, 2001.
FANON, Frantz. Pele Negra. Máscaras Brancas. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
FERREIRA, Maria. Instagram: @impressoesdemaria. Disponível em: https://www.instagram.com/impressoesdemaria/. Acesso em: 30 dez. 2023
GONÇALVES, Márcio Souza. Para pensar comunicação, cultura e subjetividade: uma perspectiva de análise. MATRIZes, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 59-78, 2020. DOI: 10.11606/issn.1982-8160.v14i1p59-78. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/159524. Acesso em: 30 dez. 2023.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2020.
HACKETT, Robert A. Declínio de um paradigma? A parcialidade e a objectividade nos estudos dos media noticiosos. TRAQUINA, Nelson. Jornalismo, Questões, Teorias e “Estórias”. Lisboa: Vega, 1993.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2020. LAFERRIÈRE, Dany. País sem chapéu. São Paulo: Editora, 2011.
MBEMBE, Achille. Necropolítica, Melusina. Santa Cruz de Tenerife, 2011.
MATTELART, Armand . A construção social do direito àComunicação como parte integrante dos direitos humanos. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 32, n. 1, p. Pág. 33, 2009. DOI: 10.1590/rbcc.v32i1.236. Disponível em: https://revistas.intercom.org.br/index.php/revistaintercom/article/view/236. Acesso em: 29 dez. 2023.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Melusina, 2020.
PELÚCIO, Larissa. Subalterno quem, cara pálida? Apontamentos às margens sobre pós-colonialismos, feminismos e estudos queer. Contemporânea-Revista de Sociologia da UFSCar, v. 2, n. 2, p. 395-395, 2012.
RAMOS, Murilo César. Comunicação, direitos sociais e políticas públicas. In: MARQUES DE MELO, J.; SATHLER, L. Direitos à comunicação na sociedade da informação. São Bernardo do Campo: Unesp, 2005.
RIBEIRO, Luciara. Desconstruir a hegemonia branca nas artes brasileiras é uma ação efetiva de mudança. Arte brasileiros, 2020.
SOARES, Lissandra Vieira; MACHADO, Paula Sandrine. "Escrevivências" como ferramenta metodológica na produção de conhecimento em Psicologia Social. Revista Psicologia Política, v. 17, n. 39, p. 203-219, 2017.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2021.
VEIGA, Lucas. Clínica do impossível: Linhas de fuga e de cura. Telha, 2022.
VELOSO, M. DO S. F.; ANDRADE, A. O. DE; CONDORELLI, A. Insubmissas mulheres negras: comunicação e interseccionalidade contra o epistemicídio. Esferas, n. 18, p. 6, 23 nov. 2020.
Published
2024-12-02