ARTE, DISCRIMINAÇÃO E NEGRITUDE

Abstract

O preconceito racial é indissociável do processo de escravização. Instaura-se e se institucionaliza com a ideia da supremacia de uma raça sobre a outra e uma superioridade que se queria demonstrada em todos os aspectos: genético, econômico, social e cultural. Sua existência, portanto, era legitimada por uma crença “cientificamente comprovada”. Tal ideia de superioridade, obviamente, existia também com relação à arte. No caso do Brasil, tratando especificamente da escravidão de negros, a arte e a cultura de origem africana, trazida para o Brasil por esses povos, era considerada simples, primitiva, de qualidade inferior se comparada à arte erudita, produzida pela e sobre a classe dominante. O artista negro e sua arte foram, a partir dessa ideia, excluídos dos espaços elitistas destinados à exibição das obras artísticas e relegados ao anonimato ou ao menosprezo quanto à qualidade estética de suas obras. Este trabalho pretende demonstrar, a partir de uma pesquisa bibliográfica nos meios digitais, em páginas de instituições culturais, que artistas negros que produzem arte com temática associada à raça e cor negras, ocupam um espaço pequeno tanto nos eventos quanto nos espaços culturais mais elitizados. E que tal alijamento pode estar associado ao preconceito que, historicamente, subjugou a arte negra como de categoria inferior.