BEBÊS COMO LEITORES: A ENTRADA NO MUNDO DA LINGUAGEM
Abstract
O objetivo deste artigo é apresentar análises e proposições derivadas da compreensão de que as crianças são leitoras do mundo desde o nascimento, bem como afirmar a relevância do mediador como promotor da formação literária dos pequenos. Compreende-se a leitura como material simbólico que constitui os seres humanos como sujeitos capazes de representar o mundo e a si mesmos. A partir dos conceitos de livro como objeto cultural multimodal, bibliodiversidade e qualidade literária, descrevem-se e analisam-se características de livros infantis destinados a bebês, considerados de qualidade seja por sua construção narrativa, pelos vários sentidos que possibilita construir ou por brincadeiras com a linguagem. Diante da análise de algumas obras, discutem-se possibilidades para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico satisfatório, ancorado em um acervo bibliodiverso e de qualidade literária, que amplie as experiências e o universo cultural de bebês e de crianças bem pequenas.
References
AUERBACH, Patrícia. O Lenço. São Paulo: Brinque-Book, 2013.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1981.
BAPTISTA, Mônica Correia; LÓPEZ, María Emilia; ALMEIDA JÚNIOR, José Simões de. Bebetecas nas instituições de Educação Infantil: espaços do livro e da leitura para crianças menores de seis anos. Educação em Foco, ano 19, n. 29, p. 107-123, set./dez. 2016. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/1881/1039. Acesso em: 25 ago. 2022.
CAMARGO, Denise de. Emoção, primeira forma de comunicação. InterAÇÃO, Curitiba, v. 3, p. 09-20, jan./dez. 1999. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/viewFile/7657/5460. Acesso em: 06 out. 2022.
CANDIDO, Antonio. Direitos Humanos e literatura. In: FESTER, A. C. Ribeiro (Org.). Direitos humanos e literatura. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 235-263.
CARRASCO, Alma. Escuela Y construccion de acervo: libros de calidad para la primeira infancia. In: BAPTISTA et al. (Org.). Literatura na educação infantil: acervos, espaços e mediações. Brasília: MEC, 2015. p. 39-58. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/files/uploads/LEPI/Lit-EI-acervos-espacos-mediacoes.pdf. Acesso em: 30 jun. 2022.
CASTANHA, Marilda. OPS. São Paulo: Jujuba, 2021.
COOKE, Trish; OXENBURY, Helen. Tanto, tanto!. São Paulo: Ática, 2008.
CORREIA, M. F. B. A constituição social da mente: (re)descobrindo Jerome Bruner e construção de significados. Estudos de Psicologia, Natal, v. 8, n. 3, p. 505-513, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/a/VpSc4TrqD3M4kQHL7LRmPCx/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 02 jul. 2022.
GALVÃO, Cristiene de Souza Leite. Existe uma literatura para bebês? Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.
GUIMARÃES, Daniela. Bebês, interações e linguagem. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Bebês como leitores e autores. Brasília: MEC/SEB, 2016.
KOMAGATA, Katsumi. Entrevistas: Katsumi Komagata. (Entrevista concedida a] Thaís Caramico. Revista Emília, São Paulo, 27 jul. 2012. Disponível em: https://emilia.org.br/katsumi-komagata/. Acesso em: 20 nov. 2022.
KRESS, G.; BEZEMER, J. Escribirenun mundo de representación multimodal. In: KALMAN, J.; STREET, B. (Org). Lectura, Escritura y Matemáticas como prácticas sociales: Diálogos desde los Estudios Latinoamericanos sobre Cultura Escrita. México: Siglo XXI, CREFAL (Centro de Cooperación Regional para la Educación de Adultos en América Latina y el Caribe), 2000.
KÜMMERLING-MEIBAUER, Bettina; MEIBAUER, Jörg. Early-concept books: acquiring nominal and verbal concepts. John Benjamins Publishing Company. 2011.
LALAU; LAURABEATRIZ. Zum-zum zum e outras poesias. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2007.
LARROSA, Jorge. Aprender de oído. La Central, 2008. Disponível em: https://www.exa.unne.edu.ar/alumnos/docs/Larrosa,%20Jorge.%20Aprender%20de%20o%C3%ADdo.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
LÓPEZ, María Emilia. Os bebês, as professoras e a literatura: um triângulo amoroso. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Bebês como leitores e autores. Brasília: MEC/SEB, 2016.
LÓPEZ, María Emilia. Breve ensaio sobre a palavra poética e a proteção simbólica da infância. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL ARTE, PALAVRA E LEITURA NA 1A INFÂNCIA, 1, 2018, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Instituto Emília, 2019. Disponível em: https://www.artepalavraeleitura.com.br/wp-content/uploads/2019/04/seminario-apl-final.pdf. Acesso em: 17 nov. 2022.
MACHADO, Silvia de Ambrosis Pinheiro. Canção de ninar brasileira: aproximações. 2012. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada) – Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-28082012-124302/publico/2012_SilviaDeAmbrosisPinheiroMachado_VRev.pdf. Acesso em: 12 jun. 2022.
MARTÍ, Meritxell; SALOMÓ, Xavier. Azul. São Paulo: Jujuba, 2019.
MATOS, Olgária. Prefácio In: MACHADO, Silvia de Ambrosis Pinheiro. Canção de Ninar Brasileira. São Paulo: EDUSP, 2017.
PAES, José Paulo; MAIA, Luiz. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 2015.
REYES, Yolanda. A casa imaginária: leitura e literatura na primeira infância. São Paulo: Global, 2010.
ROSINHA. O que tem aí?. São Paulo: Jujuba, 2019.
SMITH, Lane. É um livrinho. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2013.
SOUZA, Solange Jobim e. Infância e linguagem: Bakhtin, Vygotsky e Benjamin. Campinas: Papirus, 1994.
SOUZA, Solange Jobim e. Infância e linguagem. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ser criança na educação infantil: infância e linguagem. Brasília: MEC/SEB, 2016.
STRABER, Sussane. Bem lá no alto. São Paulo: Cia das Letrinhas, 2016.
VIGOTSKI, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).