ECOFEMINISMO E O ENSINO DE BIOLOGIA: SEXISMO E ESPECISMO NAS FALAS DE ESTUDANTES VEGANAS
Abstract
Partindo de considerações históricas que mostram a Ciência mais compatível com habilidades estimuladas na construção do gênero masculino, ressaltamos a importância de debatermos temáticas que aproximem o ensino da disciplina de Biologia ao feminino. Nesse sentido, nosso objetivo foi analisar indicadores de elementos ecofeministas nas falas de mulheres veganas sobre a natureza e as outras espécies animais. Para isso, foram aplicadas oito entrevistas semiestruturadas. Os relatos foram interpretados a partir da Análise Temática de Conteúdo. Os depoimentos mostraram aproximações afetivas das histórias das estudantes com a natureza e os animais.
References
ADAMS, C. J. A política sexual da carne: A relação entre o carnivorismo e a dominância masculina. São paulo: Alaúde Editorial, 2012.
ALSOP, S. (Ed.). Beyond Cartesian Dualism: Encountering Affect in the Teaching and Learning of Science. Springer Science & Business Media, 2005.
ARTEAGA, J. et al. Alterização, biologia humana e biomedicina. Scientiae Studia, v. 13, n. 3, p. 615-641, 2015.
AUTORA, A. A. P. Ser (animal) humano: evolucionismo e criacionismo nas concepções de alguns graduandos em Ciências Biológicas. 2009. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, São Paulo: Universidade de São Paulo, 2009.
BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70, 2011.
BIANCHI, B. Introduzione – Ecofemminismo: il pensiero, I debattiti, le prospettive. Revista Deportate, Esuli, Profughe (DEP), n. 20, v. I-XXVI, Jul. 2012.
BIANCHI, B. Ecofeminist Thought and Practice. In: 3rd International Conference on Degrowth for Ecological and Sustainability and Social Equity. p. 19-23. 2012.
BIEHL, J. A mulher e a natureza: uma mística recorrente, Le monde diplomatique, maio de 2011. Disponível em: http://diplomatique.org.br/a-mulher-e-a-natureza-uma-mistica-recorrente/.
BRÜGGER, P. Nós e os outros animais: especismo, veganismo e educação ambiental. Linhas Críticas, v. 15, n. 29, p. 197-214, 2009.
CARMO, J. C. do et al. Voz da natureza e da mulher na Resex de Canavieiras-Bahia-Brasil: sustentabilidade ambiental e de gênero na perspectiva do ecofeminismo. Rev. Estud. Fem. [online]. 2016, vol.24, n.1, pp.155-180. ISSN 0104-026X. http://dx.doi.org/10.1590/1805-9584-2016v24n1p155.
CHASSOT, A. A ciência é masculina? É, sim senhora!.. Revista Contexto & Educação, v. 19, n. 71-72, p. 9-28, 2004.
COSTA, M. C. da. Ainda somos poucas: exclusão e invisibilidade na ciência. cadernos pagu, n. 27, p. 455-459, 2006.
DANTAS, D. L. S.; SANTOS, J. C. O.; CUNHA, M. M. Da S. CONTRIBUIÇÕES DO PIBID–BIOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ORIUNDOS DO CES/UFCG. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 10, n. 5, p. 85-99, 2019.
DELORS, J. A educação para o século XXI. Porto Alegre: Artmed. (org.), 2005.
DUTRA, V. de S. A. Animais, sujeitos de direito ou sujeitos-de-uma-vida?. http://www. conpedi. org/manaus/arquivos/anais/salvador/valeria_de_souza_arruda_dutra-2. pdf. Acesso em, v. 20, p. 06-10, 2008.
ENNES, M. A.; MARCON, F. Das identidades aos processos identitários: repensando conexões entre cultura e poder. Sociologias, v. 16, n. 35, p. 274-305, 2014.
FLEURI, R. M. Intercultura e Educação. Revista Brasileira de Educação. Santa Catarina, n. 23, maio/jun./jul./ago, 2003.
FOUREZ, G. Crise no ensino de ciências? Investigações em Ensino de Ciências – V8(2), pp. 109-123, 2003.
LOPES, M. M.; COSTA, M. C. Problematizando ausências: mulheres, gênero e indicadores na História das Ciências. In: QUARTIM DE MORAES, M. L. (org.) Gênero nas fronteiras do Sul. Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero - Pagu/Unicamp, Coleção Encontros, 2005.
MAIA, M. M. M. Vivências e lutas cotidianas de quem pesquisa e estuda gênero: apontamentos críticos e reflexivos no campo da pesquisa e das Ciências. Humanidades & Inovação, v. 7, n. 3, p. 38-49, 2020.
MOREIRA, M. A. O professor-pesquisador como instrumento de melhoria do ensino de ciências. Em aberto, v. 7, n. 40, 2007.
MOSCOVICI, S. Sociedade contra a Natureza. Tradução de Epharaim Ferreira Alves. Editora Vozes, 1975.
MURTA, S. G.; DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. AP. Prevenção ao sexismo e ao heterosexismo entre adolescentes: contribuições do treinamento em habilidades de vida e habilidades sociais. Revista de Psicologia da Criança e do Adolescente, v. 1, n. 2, p. 73-85, 2013.
UYETAQUI, N. S. F. et al. O DIREITO À EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL A PARTIR DO ESTUDO DE CASO DA STARTUP YBYRAM: EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL GAMIFICADA. Humanidades & Inovação, v. 8, n. 48, p. 33-45, 2021.
PAIVA, A. de S. Princípios de design para o ensino de biologia celular: pensamento crítico e ação sociopolítica inspirados no caso de Henrietta Lacks, Salvador, 2019).
PELÚCIO, L. Subalterno quem, cara pálida? Apontamentos às margens sobre pós-colonialismos, feminismos e estudos queer. Revista Semestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, v. 2, n. 2, p. 395, 2012.
REISS, M. J. The importance of affect in science education. In: ALSOP, S. Beyond Cartesian Dualism: Encoutering Affect in the Teaching and Learning of Science. Netherlands: Springer, 2005. p. 17-25.
ROSENDO, D. Sensível ao cuidado: uma perspectiva ética ecofeminista. Curitiba: Editora Prisma, 2015.
ROSENDO, D. Ecofeministas no campo: transformando relações de poder e opressão, Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X.
SANTOS, A.; FONSECA, R. P. Realidades e imagens do especismo: impactos da indústria (agro) pecuária e representações publicitárias de animais não-humanos sencientes. Sociologia, v. 23, p. 205-222, 2012.
SANTOS, E. F.; SANTOS, S. S. C.; PAGAN, A. A. Concepções de biodiversidade para futuros professores de Ciências da Natureza. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 12, n. 4, p. 1-25, 2021.
SCHMIDT, R. T. Para além do dualismo natureza/cultura: ficções do corpo feminino. Organon. Porto Alegre. Vol. 27, n. 52 (jan./jun. 2012), p. 233-261, 2012.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. In:_________. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 73- 102. SIQU
SINGER, P. Libertação animal. Porto Alegre: Lugano, 2004.
STEIL, C. A.; CARVALHO, I. C. de M. Epistemologias ecológicas: delimitando um conceito. Mana, v. 20, n. 1, p. 163-183, 2014.
TORRES, Maximiliano. O ecofeminismo:" Um termo novo para um saber antigo". Terceira Margem, v. 13, n. 20, p. 157-175, 2009.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).