A EXPANSÃO DA VIGILÂNCIA PARA AS RELAÇÕES SOCIOTRABALHISTAS: CIBERSEGURANÇA, CONTROLE E OS RISCOS DA “NORMALIZAÇÃO” DE CONTEXTOS VIOLADORES DE DIREITOS DE PERSONALIDADE

Palavras-chave: Hermenêutica Filosófica. Linguagem Técnica. Vigilância. Relações Sociotrabalhistas. Sociotécnica.

Resumo

Desenvolve-se, mediante uma abordagem hermenêutica-filosófica, preocupações quanto à inserção acrítica e “impessoal” da tecnologia nas mais variadas relações sociais e, em particular, nas relações sociotrabalhistas. Utiliza-se, na primeira etapa, de uma estruturação textual de “diatribe”, com textos filosóficos, psicanalíticos e literários, cuidando-se da “linguagem técnica” como extinção do “humano” e do “dizer”. Após, insere-se uma preocupação com esse cenário, de aumento exponencial de instrumentos de vigilância e controle, e os contextos “normalizados” de violação a direitos de personalidade, e, em especial, nas relações trabalhistas, trazendo, ao fim, alguns indícios semântico-normativos de sociotécnica, de intervenção e participação da sociedade no desenvolvimento tecnológico, de modo a ter início um necessário reboot tecnológico, pautado no humano.

Biografia do Autor

Lucas Reckziegel Weschenfelder, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Pós-graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Advogado. 

Luiz Gonzaga Silva Adolfo, Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS

Pós-Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Professor do Curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil. Advogado. 

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Publicado
2021-10-06