CANÇÕES DA INFÂNCIA COMO PATRIMÔNIO EDUCATIVO
Abstract
O artigo analisa publicações de canções da infância, utilizadas como repertório escolar no Brasil durante o século XX. Aborda as temáticas da memória e identidade e da defesa da música na cultura e educação nacionais. Discute a presença da “retórica da perda” na defesa da preservação do passado e a noção de patrimônio cultural imaterial, mesmo antes que esse conceito viesse a ser formalizado. Conclui-se que os autores e editores guiaram suas ações pela ideia de um esforço conjunto na criação de um patrimônio educativo. As referências para a análise incluem Bourdieu, Candau, Hartog, Gonçalves. São utilizados documentos da UNESCO e IPHAN. A documentação musical consta da Tese de livre-docência da autora, da qual são retirados os exemplos musicais e os textos dos autores e editores.
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