ESTUDANTES PROTAGONISTAS: ENTRE AS PEDAGOGIAS ESCOLARES E GRIÔS
Abstract
Este trabalho discute a relação dos jovens quilombolas da Comunidade Dona Juscelina em Muricilândia (TO), que são estudantes da Educação Básica da rede estadual de ensino, observando-se os aprendizados que recebem dos anciãos da comunidade através de seus modos de transmissão de saberes e fazeres em um processo de construção de conhecimentos com importantes semelhanças com o currículo escolar. Objetivou-se compreender o protagonismo dos jovens negros que historicamente sempre estiveram às margens do processo civilizatório brasileiro e como receptores de conhecimentos institucionalizados, passam a produzir seus próprios conhecimentos. O trabalho trouxe contribuições para as discussões que englobam a educação para as relações étnicorraciais, em um contexto de ecologia de saberes e no fortalecimento da “educação outra” que além de buscar os conhecimentos especializados, também valoriza os conhecimentos que os estudantes levam pra escola. A pesquisa possui caráter qualitativo, com uso de fontes primárias e secundárias, os dados foram tratados por meio da mobilização do método da etnografia. Compreendemos que neste processo o destaque do protagonismo dos estudantes quilombolas, receptores de conhecimentos institucionalizados, estão ativos em busca de outros conhecimentos extra-classe que reforçam o currículo especializado e assim fortalecem a relação escola-território.
References
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 2007.
BRASIL. Lei nº 10.639, 9 de janeiro de 2003: Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm. Acesso em: 31 mai. 2020.
CANDAU, Joel. Memória e Identidade. Tradução: Maria Leticia Ferreira. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2016.
DUTRA, Henrique Leonardo. Educação e Cultura de Tradição Oral: um encontro com a pedagogia griô. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação. Campinas, SP: 2015. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/253971. Acesso em: 1 jun. 2020.
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Portaria n° 51 de 24 de março de 2010. Disponível em: http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/certificadas-13-05-2019.pdf. Acesso em: 31 mai. 2020.
GEERTZ. Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
GOMES, Mércio Pereira. Antropologia. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016.
LIMA, Heloisa Pires. Hernandez, Leila Leite. Toques do Griô: memórias sobre contadores de histórias africanos. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. (Coleção para um novo senso comum; v. 4).
SANTOS. Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Brasiliense, 2005. – (Coleção primeiros passos; 110).
THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. Tradução: Rosaura Eichemberg. 2ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
WALSH, C., Oliveira, L. F., & Candau, V. M. (2018). Colonialidade e Pedagogia Decolonial: Para pensar uma educação outra. Arquivos Analíticos de Políticas educativas, 26 (83). Disponível em: http://dx.doi.org/10.14507/epaa.26.3874. Acesso em: 16 out. 2020.
YOUNG, Michael. Teoria do Currículo: o que é e por que é importante. Tradução: Leda Beck. Cadernos de Pesquisa, V. 44, Nº 151 (2014), p. 190-202. ISSN: 0100-1574. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742014000100010&script=sci_arttext&tlng=pt Acesso em: 1 jun. 2020.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).