“QUANTAS VIDAS VOCÊ VAI SALVAR AGORA?” SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS EM TEMPOS DE COVID-19

Résumé

Este artigo tem o objetivo de apresentar uma discussão epistemológica que parte do pressuposto de que, em tempos de Covid-19, as Ciências Humanas e Sociais são igualmente importantes para acompanhar os efeitos do novo coronavírus na vida em sociedade. Embora as pesquisas voltadas para o desenvolvimento de medicamentos e de vacinas acabam sendo mais prestigiadas em tempos de pandemia, não podemos ignorar o quanto os fenômenos sociais também precisam ser investigados com base em uma análise que abarque o vasto conhecimento do campo das Ciências Humanas e Sociais. Assim, formulamos uma crítica aos equívocos com os quais o conceito de Ciência tem sido usado de forma prescritiva, problematizando publicações na rede social Twitter, muito usada pelo atual governo brasileiro na criação de hierarquias e distinções no campo científico. E argumentamos sobre a necessidade de compreender de forma significativa e socialmente referenciada a Ciência.

 

Bibliographies de l'auteur

Luciana Velloso, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC) da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da UERJ. 

Rosemary dos Santos, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Professora do Departamento de Formação de Professores da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF). Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC) da UERJ/FEBF e no Programa de Pós-graduação em Educação (ProPEd) da UERJ.

Dilton Ribeiro Couto Junior, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Pós-doutorando (bolsista PNPD/CAPES) e professor no Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC) da UERJ/FEBF.

 

Références

AFONSO, Almerindo Janela. Reforma do Estado e políticas educacionais: entre a crise do Estado-nação e a emergência da regulação supranacional. Educação e Sociedade, Campinas, v. 22, n. 75, p. 15-32, ago. 2001. Disponível em: <https://bit.ly/2DovUUE>. Acesso em: 5 ago. 2020.

CANESQUI, Ana Maria. As Ciências Sociais e Humanas em Saúde na Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Physis – Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 215-250, 2008. Disponível em: <https://bit.ly/39SB3jC>. Acesso em: 25 jun. 2020.

CASTELLS, Manuel. Sociedade em Rede. V. 1. 6a ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

COSTA, Marisa Vorraber. Estudos Culturais em Educação. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2000.

COUTO, Edvaldo; COUTO, Edilece Souza; CRUZ, Ingrid de Magalhães Porto. #Fiqueemcasa: educação na pandemia da Covid-19. Interfaces Científicas – Educação, Aracaju, v. 8, n. 3, p. 200-217, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/35ZS4X8>. Acesso em: 15 maio 2020.

COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; SANTOS, Rosemary dos; VELLOSO, Luciana. Rede social e comunicação ubíqua: o que podemos aprender com Black Mirror? Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 19, n. 62, p. 1.128-1.146, jul./set. 2019. Disponível em: <https://bit.ly/35HXqVs>. Acesso em: 27 nov. 2019.

COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; BRITO, Leandro Teofilo de; POCAHY, Fernando; AMARO, Ivan. Jovens em estado de alerta no Facebook: diálogos tecidos em/na rede como estratégia de (re-)existência à regulação das vidas precarizadas. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 14, n. 3, p. 1.210-1.229, set./dez. 2019. Disponível em: <https://bit.ly/2oqpqfW>. Acesso em: 2 out. 2019.

DORTIER, Jean-François. Uma história das Ciências Humanas. Lisboa: Texto & Grafia, 2005.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade . São Paulo: EDUSP, 5. reimpressão, 2011.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003.

GARRIDO, Rodrigo Grazinoli; GARRIDO, Fabíola S. R. Grazinoli. Covid-19: um panorama com ênfase em medidas restritivas de contato interpessoal. Interfaces Científicas – Saúde e Ambiente, Aracaju, v. 8, n. 2, p. 127-141, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3cudw8I>. Acesso em: 20 abr. 2020.

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed: 2011.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul./dez. 1997. Disponível em: <https://bit.ly/31jsvOH>. Acesso em: 4 ago. 2020.

HARVEY, David. A condição pós-moderna. 19ª ed. São Paulo: Loyola, 2010.

HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios: 1875-1914. 12ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital: 1848-1875. 2ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979.

JOHNSON, Richard. O que é, afinal, Estudos Culturais?. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). O que é, afinal, Estudos Culturais? 3a ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

KOHAN, Walter Omar. Tempos da escola em tempo de pandemia e necropolítica. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15, e2016212, p. 1-9, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/388Jhn1>. Acesso em: 28 jun. 2020.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. Renata Santini. São Paulo: n-1 Edições, 2018.

McLUHAN, Herbert Marshall. The Gutenberg Galaxy: the making of typographic man. Toronto: University of Toronto Press, 1962.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

MORIN, Edgar. Epistemologia da Complexidade. In: SCHNITMAN, Dora Fried (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996. p. 274-286.

ROSE, Nikolas; CARVALHO, Sérgio Resende; OLIVEIRA, Cathana Freitas de. Ciências Humanas e Naturais: diálogos e política de colaboração. Interface, Botucatu, v. 22, n. 65, p. 331-336, 2018. Disponível em: <https://bit.ly/2PjEK8D>. Acesso em: 4 ago. 2020.

SANTAELLA, Lucia. Intersubjetividade nas redes digitais: repercussões na educação. In: PRIMO, Alex (Org.). Interações em rede. Porto Alegre: Sulina, 2013. p. 33-47.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020.

SANTOS, Rosemary; SANTOS, Edméa; COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro. Grupos de pesquisa online na formação de professores pesquisadores: produzindo conhecimento na cibercultura. RE@D - Revista de Educação a Distância e Elearning, Lisboa, v. 3, n. 1, p. 6-18, mar/abr. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3eTv3J3>. Acesso em: 1 jul. 2020.

TURA, Maria de Lourdes Rangel. Conhecimentos escolares e a circularidade entre culturas. In: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth (Orgs.). Currículo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2002. p. 150-173.

VELLOSO, Luciana. Ler é um ato político: multiletramentos em contexto de censura literária. Interfaces Científicas – Educação, Aracaju, v. 8, n. 2, p. 271-284, mar. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/2xWOfF8>. Acesso em: 24 mar. 2020.

VILLAS BÔAS, Glaucia. A tradição renovada: reflexões sobre os temas das Ciências Sociais no Brasil, 1945-1964. In: BOMENY, Helena; BIRMAN, Patrícia (Orgs.). As assim chamadas Ciências Sociais: formação do cientista social no Brasil. Rio de Janeiro: UERJ/Relume Dumará, 1991. p. 21-41.

Publiée
2022-06-24