O NASCIMENTO DA FILOSOFIA: DISCUSSÃO SOBRE A HIPÓTESE DA PLURIVERSALIDADE
Abstract
Este artigo objetiva promover a discussão sobre as possibilidades de uma filosofia não eurocentrada, mas empreendendo reflexões sobre uma origem plural, ou, pelo menos, afastar a possibilidade de uma origem única, encampando argumentos em favor da pluriversalidade. Além de discutir as hipóteses do lugar de nascimento da filosofia, a saber, Grécia e Egito, analisa as possíveis razões pelas quais muitos estudiosos insistem na defesa inflexível dessas hipóteses, e demonstra o fator geopolítico instalado por detrás dessa discussão. Assim, propõe outra hipótese, à qual denomina de pluriversalidade, argumentando que o status da filosofia não é geopolítico, mas humano; aponta para o surgimento da filosofia como desdobramento natural da existência humana e não como existência de determinadas condições sociopolíticas.
References
APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai: a África na filosofia da cultura. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna: 2009.
ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
CARREIRA, José Nunes. Filosofia Antes dos Gregos. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1994.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. Volume único, ensino médio. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016.
DIOP, Cheikh Anta. The African Origin of Civilization: mith or reality? Westport: Lawrence Hill, 1974.
_________. Origem dos antigos egípcios. In: História Geral da África II: África antiga. 2. ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Lições de Filosofia da História. 2ª ed., reimpressão. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.
HUME, David. [1748]. Ensaios morais, políticos e literários. Tradução de Luciano Trigo. Rio de Janeiro: Topbooks, 2004.
JAEGER, Werner W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução Artur M. Pereira. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Campinas: Papirus, 1993.
LÈVY-BRUHL, Lucien. A Mentalidade Primitiva. Niterói: Teodoro, 2015.
LOPES, Carlos. ‘A pirâmide invertida: historiografia africana feita por africanos’. In: Actas do colóquio “construção e ensino de história da África”. Lisboa: Linopazas, 1995, pp. 21-29.
MAKUMBA, Maurice M. Uma introdução à filosofia africana: passado e presente. Maputo: Paulinas, 2016.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Tradução de Renata Santini. In: Arte & Ensaios revista do ppgav/eba/ufrj, n. 32, dez. 2016.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de livros didáticos: PNLD 2018: filosofia. Brasília/DF: MEC/SEB/FNDE, 2017.
MONTOYA, Fernando Susaeta. Introducción a la Filosofía Africana: un pensamiento desde el cogito de la supervivencia. Santa Cruz de Tenerife: Ediciones Idea, 2010.
MUNANGA, K. Origens Africanas do Brasil Contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações. São Paulo: Gaudí Editorial, 2012.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. Tradução de Maria Margherita de Luca. São Paulo: Globo, 2005.
NKOGO ONDÓ, Eugenio. Síntesis Sistemática de la Filosofía Africana. Barcelona (Espanha): Ediciones Carena, 2001.
NOGUERA, Renato. O ensino de filosofia e a lei 10.639. 1. ed. Rio de Janeiro: Pallas: Biblioteca Nacional, 2014.
OBENGA, Théophile. Egypt: Ancient History of African Philosophy. In WIREDU, Kwasi. A companion to African Philosophy. Oxford: Blackwell Publishing, 2004.
OMOREGBE, Joseph I. African Philosophy: Yesterday and Today, in EZE, Emmanuel C. (coord.). African Philosophy: Na Anthology. Massachusetts: Blackwell Publishers, 1998.
PLATÃO. Banquete, Fédon, Sofista e Político. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
_________. As Leis. Bauru: Edipro, 1999.
_________. Apologia de Sócrates e Crítonn. Traduzido por Alexandre Romero. São Paulo: Hunter Books, 2013.
_________. A Teoria das Ideias. Traduzido por Adalberto Roseira. São Paulo: Hunter Books, 2013.
PLUTARCO. Isis y Osíris. In: Obras Morales Y de Costumbres (Moralia VI). Madrid: Editorial Gredos, 1995.
RAMOSE, Mogobe. Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana. Ensaios Filosóficos. Rio de Janeiro, v. IV, out. 2011.
REALE, Giovani; ANTISERI, Dario. História da filosofia antiga vol. I. São Paulo: Paulus, 2003.
REIS, Maurício de Novais. Ensino de Filosofia: do universo eurocêntrico ao pluriverso epistêmico – um a introdução. Porto Alegre: Editora Fi, 2020.
TOWA, Marcien. A ideia de uma filosofia negro-africana. Tradução de Roberto Jardim da Silva. Belo Horizonte: Nandyala; Curitiba: NEAB-UFPR, 2015.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).