APLICAÇÃO DA ANÁLISE ESPACIAL PARA COMPREENSÃO DA TUBERCULOSE E DETERMINANTES SOCIAIS

Palavras-chave: Tuberculose. Análise Espacial. Determinantes Sociais da Saúde.

Resumo

Objetivou-se analisar as evidências científicas entre tuberculose e determinantes sociais por meio de métodos de análise espacial. Trata-se de uma revisão integrativa, cujas buscas foram realizadas nas bases de dados LILACS, PubMed® e MEDLINE®, em janeiro de 2020, utilizando os descritores “Tuberculosis (TB)”, “Spatial Analysis”, “Social Indicators”, “Social Conditions”, “Social inequity”, “Health Equity” e “Socioeconomic Factors”. Identificaram-se 16 artigos, com aplicação de distintos métodos como indicador Moran global e local, análise bayesiana, análise de dados de áreas, estimativa de Kernel, estatística de varredura espacial, regressão espacial, regressão ponderada geograficamente e método de assinatura digital. Estabeleceu-se a relação entre tuberculose e equidade social em dois estudos no Brasil e os demais explicitaram a ocorrência da doença atrelada a indicadores de desigualdade social. Os métodos utilizados permitiram a compreensão da dinâmica social da doença, por fornecerem subsídios para implementação de estratégias de controle e vigilância, além de enaltecerem a superação das desigualdades socioespaciais.

Biografia do Autor

Livia Fernanda Siqueira Santos, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Mestrando do Programa de Pós Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Marcelino Santos Neto, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutor em Ciências - Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirção Preto (EERP) da Universidade de São Paulo. Docente do Mestrando do Programa de Pós Graduação  em Saúde e Tecnologia (PPGST) e do Programa de Pós Graduação em Enfermagem  (PPGENF)  da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Adriana Gomes Nogueira Ferreira, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Docente do Programa de Pós Graduação  em Saúde e Tecnologia (PPGST) e do Programa de Pós Graduação em Enfermagem  (PPGENF)  da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ana Lúcia Fernandes Pereira, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará. Docente do Programa de Pós Graduação  em Saúde e Tecnologia (PPGST)  da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Richard Pereira Dutra, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutor em Biotecnologia – RENORBIO – pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Docente do Programa de Pós Graduação  em Saúde e Tecnologia (PPGST)  da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Livia Maia Pascoal, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Docente do Programa de Pós Graduação  em Saúde e Tecnologia (PPGST) e do Programa de Pós Graduação em Enfermagem  (PPGENF)  da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ricardo Alexandre Arcêncio, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Ciências - Saúde Pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirção Preto (EERP) da Universidade de São Paulo. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde Pública e do Programa DE Pós Graduação Interunidades de Doutoramento em Enfermagem, Universidade de São Paulo (USP)

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Publicado
2021-08-27