IMAGENS DE MULHERES EM PRODUÇÕES ARTÍSTICAS POPULARES: UM ESTUDO DAS CANTIGAS DE AMIGO MEDIEVAL E DOS FUNKS CARIOCAS
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo apresentar reflexões sobre o perfil feminino presente em uma composição literária medieval e em alguns funks cariocas, para vermos se a imagem da mulher das cantigas é a mesma imagem da mulher dos funks. Isso porque acreditamos que o que pensamos sobre a mulher hoje é uma construção social reforçada, ao longo do tempo, por imagens comuns em nossa vida cultural. Nas produções literárias da Península Ibérica entre os séculos XII e XV, as cantigas de amigo tratam sempre de assuntos relacionados ao cotidiano das mulheres do povo. Entretanto, observando o perfil do sujeito feminino, notamos que as mulheres, nessas cantigas, são vistas como aquelas que, a todo o momento, se valem da sensualidade. No contemporâneo, quando atentamos para produções musicais populares como algumas letras do funk carioca, podemos observar um tratamento similar, quando propagam a objetificação da mulher.
References
ABDALA, B. J.; APARECIDA, M.P. História social da literatura portuguesa. São Paulo: Editora ática, 1994.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Tradução de Sérgio Milliet. 4.ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970.
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
DESCE E SOBE. Letras mus. S.D. Disponível em: https://www.letras.mus.br/mc-papo/1253099/ Acesso em: 19 nov. de 2019.
LE GOFF, J.; TRUONG, N. Uma história do corpo na idade média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
LOPES, Adriana. “Funk-se quem quiser” no batidão negro da cidade carioca. Unicamp Instituto de Estudos da Linguagem, 2010.
LOPES, Graça Videira; FERREIRA, Manuel Pedro et al. (2011-), Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA. [Consulta em (indicar data da consulta)] Disponível em: http://cantigas.fcsh.unl.pt Acesso em: 19 nov. de 2019.
LUCENA, F. História do Canecão. Diário do Rio, 2016. Disponível em: https://diariodorio.com/historia-do-canecao/ Acesso em: 16 out. 2019.
MALANDRAMENTE. Letras mus. 2016. Disponível em: https://www.letras.mus.br/dennis-dj/malandramente/ Acesso em: 10 nov. de 2010.
MASSAD, Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1968.
MAUSSAUD, Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Editora Cultrix, 2006.
O BONDE PASSOU. Letras mus. 2013. Disponível em: https://www.letras.mus.br/mc-gui/o-bonde-passou/ Acesso em 19 nov. de 2019.
PRADO, Carol. Visto como reviravolta no Rio, Funk 150 bpm amplia território 2018. Por que ele é diferente?. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2018/10/16/visto-como-reviravolta-no-rio-funk-150-bpm-amplia-territorio-por-que-ele-e-diferente.ghtml Acesso em: 14 nov. de 2019.
ROCHA. Camilo. Popular e perseguido, o funk se transformou no som que faz o Brasil dançar. Nexo jornal, 2017. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/10/22/Popular-e-perseguido-funk-se-transformou-no-som-que-faz-o-Brasil-dan%C3%A7ar Acesso em: 15 nov. de 2019.
SALLES, Marcelo. O funk é democrático e, por isso, perigoso. Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo: ano quatro, n. 42, jan, 2011.
SARAIVA, A. J.; LOPES, O. História da literatura Portuguesa. Porto, Portugal: Porto editora, 1996.
SILVA, Diogo. O corpo no ocidente medieval. Scielo, 2010. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2010000200019 Acesso em: 12 nov. de 2019.
TIBURI, M. Feminismo em comum: para todos e todas. Rio de janeiro: Rosa dos tempos, 2018.
VIANNA, Hermano. Funk e cultura popular a carioca. Revista Estudos Históricos , 1990. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2304 Acesso em: 15 nov. de 2019.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).