MOVIMENTO HIP HOP: MASCULINO E MASCULINIZADO?
Abstract
As estratégias de branqueamento e esquecimento de memórias ligadas à população negra e/ou periférica são ocultadas. A hipótese neste trabalho surge do entendimento de que existem disputas por discursos perpassadas por classe, gênero e raça. A investigação realizada está relacionada ao poder da memória e dos apagamentos, numa inquietação que diz respeito ao lugar das mulheres no Hip Hop, que precisam administrar a tensão de ser mulher num movimento predominantemente masculino e masculinizado. Parto do pressuposto de que nos movimentos periféricos também se manifestam os valores patriarcais e, ao levar isso à discussão, o enfrentamento encontrado é que com a distribuição de direitos, quem “está no poder” tem que abrir mão de privilégios, e não há disposição para tal. Cobrar uma participação maior das mulheres automaticamente significa diminuir a quantidade de homens, o que não é bem aceito. Neste trabalho é esperado vislumbrar como o Hip Hop pode ser interpelado pelo pensamento feminista negro.
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