SABERES E PERTENCIMENTOS ESPELHADOS: QUANDO UMA PROFESSORA NEGRA FALA SOBRE FEMINISMO NEGRO
Abstract
O presente estudo resulta de discussões sobre a importância do sujeito que fala e do lugar de fala desse sujeito para a construção das identidades em espaços de (re)produção do conhecimento. A problemática gravita em torno da importância dos processos de identificação, de representação e de reconhecimento para conferir legitimidade a uma disciplina sobre pluriepistemologias e feminismos negros, desde a perspectiva discente. O campo compreendeu a turma de estudantes da disciplina de Epistemologias e Feminismos Negros, ofertada no Curso de Mestrado e Doutorado em Antropologia Social, da Universidade Federal de Goiás. O objetivo foi identificar, por meio das entrevistas semi-estruturadas realizadas com os/as discentes, as motivações para matricular-se na disciplina optativa. O resultado revela a importância de reconhecer-se na/no docente para a afirmação da própria identidade. O referencial teórico também pode espelhar quem o acessa e neste texto, ancora-se nas autoras negras e indígenas adotadas na própria disciplina.
References
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese de doutorado. Faculdade de Educação. USP. 2005.
CRENSHAW, Kimberlé. A interseccionalidades na discriminação de raça e gênero. In: VV. AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem. 2004.
DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
EVARISTO, Conceição. Da grafia desenho de minha mãe: um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: ALEXANDRE, Marcos. Antônio. (Org.) Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007, p. 16-21.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018.
GONZALEZ, Lélia. A categoria-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, No. 92/93 (jan./jun.). 1988, p. 69-82.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. São Paulo, ANPOCS, Ciências Sociais Hoje, 2. ANPOCS, 1983, p. 223-244.
HOOKS, Bell. Teaching to transgress. Education as the practice of freedom. Nova York/Londres: Routledge, 1994.
HOOKS, Bell. Intelectuais Negras. In: Estudos Feministas. IFCS/UFRJ – PPCIS/UFRJ – vol.3 nº 2, 1995, p. 465.
HOOKS, Bell. Mulheres Negras: moldando a teoria feminista.Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n.16, pp.193-210, jan/abr2015
LORDE, Audre. Vivendo com o câncer. In: WerneckJurema; Mendonça Maisa; White C. Evelyn. O livro da saúde as mulheres negras. Rio de Janeiro: Pallas, Criola, 2000.
NASCIMENTO, Maria Beatriz. O Quilombo do Jabaquara. Revista de Cultura Vozes, v. 73, n. 3, abr., 1979.
PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Noz, 2017.
PINTO, Elisabete Aparecida. Etnicidade, Gênero e Educação: trajetória de vida de Laudelina de Campos Mello (1904-1991). São Paulo: Anita Garibaldi, 2015.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Grupo Editorial Letramento, 2017. (Coleção Feminismos Plurais)
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se Negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).