SABERES E PERTENCIMENTOS ESPELHADOS: QUANDO UMA PROFESSORA NEGRA FALA SOBRE FEMINISMO NEGRO

  • Débora Sirno Santos Universidade Federal de Goiás
  • Luciana de Oliveira Dias Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: Feminismo Negro. Identidade. Reconhecimento.

Resumo

O presente estudo resulta de discussões sobre a importância do sujeito que fala e do lugar de fala desse sujeito para a construção das identidades em espaços de (re)produção do conhecimento. A problemática gravita em torno da importância dos processos de identificação, de representação e de reconhecimento para conferir legitimidade a uma disciplina sobre pluriepistemologias e feminismos negros, desde a perspectiva discente. O campo compreendeu a turma de estudantes da disciplina de Epistemologias e Feminismos Negros, ofertada no Curso de Mestrado e Doutorado em Antropologia Social, da Universidade Federal de Goiás. O objetivo foi identificar, por meio das entrevistas semi-estruturadas realizadas com os/as discentes, as motivações para matricular-se na disciplina optativa. O resultado revela a importância de reconhecer-se na/no docente para a afirmação da própria identidade. O referencial teórico também pode espelhar quem o acessa e neste texto, ancora-se nas autoras negras e indígenas adotadas na própria disciplina.

Biografia do Autor

Débora Sirno Santos, Universidade Federal de Goiás

Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás - UFG.

Luciana de Oliveira Dias, Universidade Federal de Goiás

Antropóloga, doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília - UnB. Professora associada da Universidade Federal de Goiás - UFG. Coordenadora do Comitê de Antropólogos/as Negros/as da ABA - Associação Brasileira de Antropologia. Coordenadora do Coletivo Rosa Parks - UFG. 

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Publicado
2019-11-18