PEDAGOGIA ANCESTRAL E INTERCULTURAL NA LITERATURA DAS MULHERES ORIGINÁRIAS
Abstract
Nesse texto discutimos aspectos das pedagogias indígenas interculturais a partir das cosmovisões e epistemologias indígenas expressas em obras de literatura escritas por mulheres originárias. Abordamos as resistências e as lutas coletivas dos movimentos sociais indígenas do Brasil, uma vez que esses impulsionam conquistas importantes que contribuíram para o fim da política integracionista que predominou até o final dos anos de 1980. Dentre a mobilização dos povos originários em prol dos direitos fundamentais, destaca-se a atuação das mulheres indígenas, ativistas que, junto aos seus povos, demandaram ações de inclusão social em diferentes esferas sociais. Em decorrência dessas reivindicações indígenas foram criadas legislações específicas e políticas públicas que incentivam o reconhecimento e a valorização das diferentes culturas por meio de programas que fomentam a produção literária desses povos. As autoras e ativistas, desenvolveram uma abordagem literária-pedagógica, que põe em relevo a ancestralidade e o fortalecimento identitário das novas gerações. A literatura das mulheres originárias aborda uma ampla gama de temas com diferentes estilos, experiências estéticas e políticas que advém se suas práticas sociais. Através de uma literatura étnica, as mulheres originárias estão abrindo caminhos para o maior conhecimento e reconhecimento dos povos, suas lutas, culturas, línguas, territorialidades, ancestralidades e direitos.
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