INTERSECCIONALIDADE E DESIGUALDADES URBANAS: A REALIDADE DAS MULHERES NAS CIDADES BRASILEIRAS
Abstract
Este trabalho analisa as desigualdades urbanas como fatores interseccionais, gerando diferentes experiências no espaço urbano. A partir do conceito de interseccionalidade, identifica e analisa fatores associados ao viver urbano como discriminações, tais como criminalidade e mobilidade. Utiliza como metodologia a revisão bibliográfica numa perspectiva interdisciplinar e a análise de dados abertos, obtidos por meio de pesquisas quantitativas já publicadas. O trabalho contribui para a persepctiva de que as cidades não são pensadas a partir das particularidades das mulheres, que ainda sofrem com fatores (como jornadas duplas, trabalhos de cuidado e assédio sexual) que fazem com que a cidade não seja um local de pertencimento. Logo, aponta a necessidade de que os espaços urbanos considerem fatores de gênero na formulação de políticas públicas, para além da infraestrutura da cidade, mas sobretudo à produção da cidade, com o intuito de minimizar as discriminações através de uma análise teórica e metodológica da interseccionalidade.
References
BOIS, W. E. B. Du, O Negro da Filadélfia: um estudo social. Tradução: Cristina Patriota de Moura. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2023.
CANUTO, Lívia T.; OLIVEIRA, Adélia Augusta S. Métodos de revisão bibliográfica nos estudos científicos. Psicologia em Revista. Belo Horizonte-MG, v. 26, n. 1, pp. 83-102, 2020.
CICCARINI, Tiago. Governo de Minas lança campanha para conscientizar usuários do transporte público sobre furto, roubo e importunação sexual. Agência Minas. Belo Horizone, 16 de abril de 2024. Segurança. Disponível em: https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/governo-de-minas-lanca-campanha-para-conscientizar-usuarios-do-transporte-publico-sobre-furto-roubo-e-importunacao-sexual. Acesso em: 28 mai. 2024.
COLLINS, Patricia Hill.; Bilge, Sirma. Interseccionalidade. Tradução de Rane Souza. São Paulo: Boitempo, 2021.
COLLINS, Patricia Hill. Bem mais que ideias: a interseccionalidade como teoria social crítica. Tradução de Bruna Barros. São Paulo: Boitempo, 2022.
Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Cartilha sobre Assédio Sexual. São Paulo: Defensoria Pública do Estado de São Paulo, 2013. Cartilha. Disponível em: https://thinkolga.com/wp-content/uploads/2020/04/ThinkOlga_Cartilha-Assedio.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2024.
FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo. Tradução de Heci Regina Candiani. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2021.
FREIRE, Aline Carolina Prado. Mobilidade feminina: Subsídios para políticas de mobilidade. Orientador: Juan Pedro Moreno Delgado. 2022. 1 f. Dissertação de mestrado (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPEC/ Universidade Federal da Bahia, [S. l.], 2022.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afrolatinoamericano. In: Rios, Flávia y Marcia Lima (Org.) (2020). Lélia Gonzalez. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HARVEY, David. O direito à cidade. In: Lutas Sociais, n. 29. São Paulo: PUCSP, 2012. pp. 73-89.
HELENE, Diana. Mulheres e direito à cidade a partir da luta dos movimentos de moradia. In: V ENANPARQ. Salvador, FAUFBA, 2019
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. Tradução de Carlos S. Mendes Rosa. 3ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
KERN, Leslie. Cidade feminista: a luta pelo espaço em um mundo desenhado por homens. Tradução: Thereza Roque da Motta. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2021.
LEFEBVRE, Henri. O Direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001
MIRANDA, Joana. Numa urbe genderizada: vivência dos espaços. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 5, n. 2, ago. / dez. 2014, p. 163-174
OLIVEIRA, Hugo; DE OLIVEIRA, Lorena; GONÇALVES, Eliane . As mulheres jovens na luta pela cidade: uma análise de ocupações secundaristas. Revista Ártemis, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 97–115, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.55706. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/55706. Acesso em: 28 maio. 2024.
PAGLIARO, Heitor; DE OLIVEIRA, Lorena. Invisibilidade Interseccional, Superinclusão e Direitos Humanos. Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 16, n. 1, p. 101–117, 2022. DOI: 10.5216/ag.v15i3.71526. Disponível em: https://revistas.ufg.br/atelie/article/view/71526. Acesso em: 25 maio. 2024.
PARK, Robert. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In: VELHO, G. O fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
PARSONS, Deborah. Street walking the Metropolis: Women, the City and Modernity. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
PRADO, Aline. A mobilidade feminina e a implementação do “vagão rosa” no metrô de Salvador. Observatório das Metrópoles, Rio de Janeiro, 18 de abril de 2024. Artigos Semanais. Disponível em: https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/a-mobilidade-feminina-e-a-implementacao-do-vagao-rosa-no-metro-de-salvador/. Acesso em: 28 maio. 2024.
SILVA, Joseli Maria. Gênero e sexualidade na análise do espaço urbano. Revista Geosul, Florianópolis, v. 22, n. 44, jul./dez. 2007, p 117-134; 2007.
SILVA, Andrielly L. P. OLIVEIRA, Lorena. O direito achado à cidade e os sujeitos coletivos de direito. In: Seminário Internacional “O Direito como Liberdade: 30 Anos de O Direito Achado na Rua. 2019, Brasília-DF. 11-13 dez. 2019. Disponível em:
https://direitoachadonarua.wordpress.com/wp-content/uploads/2020/07/gt-7-silva-e-oliveira-1.pdf.
TEIXEIRA, Eunice; BALASSIANO, Ronaldo. O vagão exclusivo para mulheres no sistema metroferroviário: a visão da usuária. Anais do XXI Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes, Rio de Janeiro. 2007.
WACQUANT, Loic. Que é gueto? Construindo um conceito sociológico. Revista de Sociologia e Política, n. 23, p. 155–164, nov. 2004.
WILSON, Elizabeth. The Sphinix in the City: Urban Life, the Control of Disorder, and Women. Berkeley: University of California Press, 1991.
WIRTH, Louis. The Ghetto. Chicago: University of Chicago, 1928.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).