DISCURSIVIDADES DE SUSTENTABILIDADE DE VOZES-LETRAS EM CARTAS NEGRAS, DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Resumo
O presente artigo analisa discursividades de sustentabilidade de “vozes-letras” de mulheres negras manifestadas no projeto Cartas Negras, de Conceição Evaristo, considerando que essas narrativas da epistolografia contemporânea possibilitam uma leitura sobre o espaço social dessas mulheres. A base teórico-metodológica mobiliza teorias da sustentabilidade, em Hargreaves e Fink (2007); da análise de discurso, em Pêcheux (2015); da literatura contemporânea, em Dalcastagnè (2012), e do feminismo negro, em Ribeiro (2017). No foco da literatura contemporânea, as “vozes-letras” de mulheres negras são analisadas porque seus discursos emergem do locus social de invisibilidade para o de emancipação. Nessa perspectiva, problematizamos que os discursos de sustentabilidade em Cartas Negras apontam que as “vozes-letras” de mulheres negras se encontram, na maioria das vezes, em um status à margem da sociedade, pois esbarram nas hierarquias de controle e nos discursos hegemônicos.
Referências
EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
_________. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. Marcos Antônio Alexandre, org. Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007.
_________. Ocupação Conceição Evaristo. São Paulo: Itaú Cultural, 2017.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
HARGREAVES, Andy. FINK, Dean. Liderança sustentável: desenvolvendo gestores de aprendizagem. Tradução Adriano Moraes Migliavacca. Porto Alegre: Artmed, 2007.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 3. ed. Campinas: Pontes, 2015.
PÊCHEUX, Michel. O discurso: estrutura ou acontecimento? Trad. Eni Orlandi, 7. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2015.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Mutações da literatura no século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
RIBEIRO, Djamila. O que é: lugar de fala? Belo Horizonte (MG); Letramento: Justificando, 2017.
_______. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).