A FORMAÇÃO INICIAL PARA PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL (1996/2023) – CURRÍCULO, PARTICIPAÇÃO E FORMAÇÃO CRÍTICA

Palavras-chave: Políticas de Formação Inicial. Formação Teórica e Prática. Formação Crítico-Reflexiva. Formação Tecnicista e Instrumental. Influências do Neoliberalismo.

Resumo

O objetivo do artigo é analisar as políticas de formação de professores da Educação Básica, a partir da LDB de 1996 aos dias atuais, nos aspectos da organização curricular, participação democrática e formação teórico-prática e crítico-criativa. Faz-se um debate sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais promulgadas em 2002, 2006, 2015 e 2019, atendo-se às propostas de formação teórica e prática dos currículos dos cursos, numa visão crítica e participativa. Como metodologia elegeu-se a pesquisa qualitativa, com delineamento de pesquisa bibliográfica para a construção do referencial teórico. Ademais, recorreu-se à análise documental da legislação pertinente ao tema.  Os resultados indicam que o Brasil sofre influência do paradigma neoliberal nas políticas de formação de professores, que as políticas são instáveis e voltadas à formação tecnicista e instrumental.  Deve ser mais democrática nas decisões sobre políticas e currículos de formação de professores.

Biografia do Autor

Maria Célia Borges, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Graduada em Pedagogia. Mestre e Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação pela Feusp e pela Universidade do Minho. Professora Titular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Fernando Ilídio da Silva Ferreira, Universidade do Minho (UMinho)

Licenciado em Educação Infantil e Básica Inicial pela Universidade do Minho. É Doutor em Estudos da Criança, pela UMinho, Mestre em Ciências da Educação, pela Universidade do Porto. Leciona, em cursos de graduação e pós-graduação. Professor/pesquisador na Universidade do Minho/Portugal.

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Publicado
2025-02-18