PATRIARCADO, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E TRABALHO: MULHERES GERENTES NO SETOR BANCÁRIO BRASILEIRO

Palavras-chave: Violência simbólica. Discriminação de gênero. Relações de trabalho. Representações.

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre como o patriarcado e o sexismo interferem no trabalho das mulheres executivas, que ocupam cargos gerenciais no setor bancário brasileiro. Discute também como essas mulheres representam sua realidade profissional. Busca-se responder à seguinte questão: como é que as relações de poder ali exercidas, mesmo na contemporaneidade, se apresentam, em sua maioria, com um padrão discriminatório e misógino, com as mulheres recebendo sempre salários inferiores aos dos homens, apesar da existência de leis e instrumentos legais para proteger seus empregos? Esta pesquisa utiliza como base metodológica a análise documental e a pesquisa de campo, com análise das entrevistas. Utilizou-se o referencial teórico de hooks, Lerner, Pierre Bourdieu, Moscovici e Gilles Lipovetsky.

Biografia do Autor

Margareth P. Arbués, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Pós-doutorado em Direito e Vulnerabilidade pela Universitá Degli Studi di Messina (IT). Doutora em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Pesquisadora e professora de Direito da Universidade Federal de Goiás UFG/Regional Goiás. Advogada.

Maurides Macêdo, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Pós-doutora em Direitos Humanos pela Universidade do Texas, doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especialista em Direito Processual Penal (UFG) Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Academia de polícia de Goiás. Bacharel em Direito (PUC-GO). Licenciada em História (PUC-GO). Licenciada em Estudos Sociais (PUC-GO). Pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da UFG, Brasil. Advogado.

Andrea Olmos Roa, Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)

Pós-doutorado em Direitos Humanos pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutora em Comunicação, Cultura e Educação pela Universidade de Salamanca, Espanha. Graduada em Psicologia pela Universidade Nacional Autônoma do México. Professora titular C. Tutor e professora da Pós-Graduação em Pedagogia e da Pós-Graduação em Psicologia da UNAM, FES Zaragoza y FES/Aragón, México.

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Publicado
2023-11-27