POÉTICAS FEMINISTAS AFROCOLOMBIANAS PARA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA
Resumo
Nas sociedades de matriz africana Iorubá, Agni-Akan e Senufo as concepções de masculinidade e feminilidade transcendem as lógicas da colonialidade do poder, ser e saber. Para esses povos, o corpo é tomado como elemento histórico e ancestral, sendo um fator de individualização, de trabalho e de reprodução das funções sociais destinadas aos sexos. Com o movimento da diáspora africana, os conhecimentos remanescentes dessas cosmovisões reverberam em diferentes elementos da cultura latino-americana, construindo processos de hibridização e núcleos de resistências culturais. Nesse contexto, vemos mulheres griôs afrocolombianas reescrevendo histórias infantis, ressignificando as relações raciais e de gênero, procurando evidenciar outras possibilidades, diferentes das impostas pela colonialidade eurocêntrica. A partir desse quadro, este trabalho procura apontar representações para se pensar as questões de gênero, raça e corpo nas obras da poetisa griô Mary Grueso Romero. Trata-se de uma pesquisa construída com aporte teórico dos estudos decoloniais e do pensamento feminista negro, buscando a ampliação das nossas percepções a respeito de sermos, meninas, meninos, negras e não negras, de modo a invitar a construção de uma pedagogia descolonizadora desde a creche.
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