DIDÁTICA INTERCULTURAL: POR UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DEMOCRÁTICA PARA OS IMIGRANTES NA ESCOLA PÚBLICA
Resumo
A escola é atravessada por diferentes questões raciais, culturais, de classe, entre outras que vêm se acentuando ainda mais com os múltiplos sujeitos que se entrecruzam no cotidiano escolar. O fluxo de estudantes imigrantes na escola brasileira traz à tona a questão de como essa instituição está lidando com a diversidade de pessoas, culturas, línguas e ideias. O trabalho com as diferenças culturais constitui um dos maiores desafios escolares, considerando paradoxalmente o seu caráter homogeneizador, padronizador e de controle. É frente a essa realidade que o campo da didática crítica vem se construindo, criando espaço de discussões que propõem diferentes alternativas para o ensino-aprendizagem. O presente artigo objetiva discutir como a escola pública pode proporcionar aos alunos imigrantes uma educação inclusiva e democrática na perspectiva da didática intercultural defendida por Vera Candau. Para tal este organizou-se mediante a um estudo bibliográfico de algumas obras da Vera Candau para entender seu conceito de interculturalidade e pensá-las na educação de alunos imigrantes no país. Entendendo que Candau defende as ações afirmativas de criação de acesso para permanência desse sujeito na escola além da valorização das culturas como oportunidade de enriquecer o currículo escolar. Em seguida buscamos alguns dados de OMIGRA (2020) para entender brevemente o fluxo migratório no Brasil. De acordo com a Candau (2008), a escola deve ser um espaço de formação de sujeitos múltiplos, portadores de vivências, saberes, linguagens e culturas diferentes, favorecendo o diálogo, o reconhecimento das culturas marginalizadas, o respeito mútuo e a construção de múltiplos saberes para uma formação integral dos alunos.
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