A REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES AFETIVAS E DO SILÊNCIO NO ROMANCE CONTEMPORÂNEO DE MARÍLIA ARNAUD
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo acerca das relações afetivas e do silêncio, a partir da análise da obra epistolar Suíte de silêncios (2012), romance de estreia da autora paraibana Marília Arnaud. Como o próprio título antecipa, a obra apresenta um tom lírico, na qual se misturam música e silêncio, para compor a trajetória da protagonista-narradora, a musicista Duína, marcada por perdas irreparáveis: a carência afetiva devido à partida da mãe na infância, a ausência de afetividade paterna, o desamparo causado pela morte da avó na juventude, o abandono daquele que considerava seu grande amor. Com base nos estudos do filósofo Zygmunt Bauman, sobretudo a emblemática obra Amor líquido (2005), percebe-se que o romance traz uma identidade feminina em crise em meio às demandas contemporâneas e à precariedade das relações afetivas, mescladas entre o erotismo e o desamparo; nas premissas de As formas do silêncio (1997) de Eni Orlandi, compreendemos a presença do silêncio na trajetória da personagem.
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