ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA E ECOS SUBJETIVOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)
Resumo
Este trabalho discute uma experiência com leitura literária no 8° ano do ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública da cidade de Araguaína (TO). Em seu documento de referência curricular, a breve menção à literatura — feita pela expressão texto literário — apenas vem justificar o ensino das normas-padrão da língua. Essa determinação do lugar da literatura, na EJA, configura um ensino que tem base no controle das leituras de textos e de mundo dos alunos. Uma vez que esses se desviam de tais regras, o erro é determinado e as leituras e visões de mundo acabam se mantendo aprisionadas em uma única forma. Neste estudo, os resultados apontam que um ensino de leitura literária que valorize as subjetividades é capaz de promover autonomia, estranhamento, pensamento crítico e posicionamento diante de discursos hegemônicos que silenciam as vozes dos estudantes dessa modalidade de ensino.
Referências
BARROS, D. L. P. de. Teoria Semiótica do texto. São Paulo: PARMA LTDA, 2005.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão: seguido de a influência do jornalismo e os jogos olímpicos. Trad. Maria Lúcia Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
BERTRAND, Denis. Caminhos da semiótica literária. Trad. do Grupo CASA. Bauru, SP: EDUSC, 2003.
CÂNDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011.
_______. A literatura e a formação do homem. In: Textos de intervenção. São Paulo: Duas Cidades/Ed. 34, 2002.
CASTRILLÓN, Silvia. O direito de ler e de escrever. São Paulo: Pulo do Gato, 2011.
EAGLETON, Terry. Como ler literatura. Porto Alegre, LPM, 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
GREIMAS. Algirdras Julien. Da Imperfeição. Tradução: Ana Cláudia de Oliveira. Hacker: São Paulo. 2002.
HONWANA, Luís Bernardo. Nós matamos o cão tinhoso! São Paulo: Editora Kapulana, 2017.
ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2018.
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. Trad. Arthur Bueno e Camila Boldrini. São Paulo: 34, 2009.
ROUXEL, A.; LANGLADE, G.; REZENDE, L. de. (org.) Leitura subjetiva e ensino de literatura. São Paulo: Alameda, 2013.
SILVA, L. H. O.; MELO, M. A. Do leitor do trem e outras narrativas sobre o acontecimento da leitura. In: CUNHA, B. R. R.; LIMA, R. S. (org.). Circulação, tramas e sentidos na literatura. Rio de Janeiro: Bonecker, 2019, p. 275-290.
TEIXEIRA, L. (2009). Em busca do sentido: estudos discursivos. Gragoatá,14(26). Recuperado de
TFOUNI, L. V.; ASSOLINI, F. E. P.; PEREIRA, A. C. Letramento: é possível uma escrita despida de oralidade? Revista Pro-Posições, Campinas, v. 30, p. 1 – 21, 2019.
ZILBERMAN, R. (2008). O papel da literatura na escola. Via Atlântica, 1(14), 11-22. Disponível em
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).