DES(RE)TERRITORIALIZAÇÕES DA MINHA IDENTIDADE DOCENTE REGISTRADAS EM DIÁRIOS-REFLEXIVOS: (DES)ENCONTROS COM A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA CRÍTICA
Resumo
Neste estudo, objetivei discutir ações vinculadas ao estágio supervisionado, com vistas a criar inteligibilidades sobre as praxiologias de Educação Linguística que foram passíveis de serem (re)construídas e ressignificadas na (re)leitura crítica dos meus diários-reflexivos, de modo a vislumbrar caminhos mais complexos e éticos para a formação de professoras/es em nosso país. Para tanto, fundamentei-me em Borelli (2018), Frank (2018), Rodrigues (2020), Silvestre (2017), Urzêda-Freitas (2018), entre outras/os. Como aparato metodológico, amparo-me na pesquisa (auto)etnográfica, fundamentado por Ellis, Adams e Bochner (2011), Alegretti (2012), Ono (2018), entre outras/os. Meu principal propósito neste estudo é refletir sobre as des(re)territorializações da minha identidade docente para uma postura mais crítico-reflexiva e ética em sala de aula de línguas e para além dela. Minhas percepções apontam para a urgência de mais Educadoras/es Linguísticas/os Críticas/os assumirem a empreitada decolonial na sua práxis ampliando as possibilidades de ser e estar no mundo.
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