O ENADE NO CONTEXTO DA ECONOMIA DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO SOBRE CURSOS DE LICENCIATURAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)

Palavras-chave: Avaliação. Enade. Economia do Conhecimento. Regulação. Universidade de Brasília.

Resumo

O artigo reflete acerca da avaliação da educação superior no contexto da economia do conhecimento. Nesse cenário, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) vem servindo à regulação e à promoção de rankings. Para tanto, ancora-se numa investigação bibliográfica e exploratória a partir de dados colhidos por meio da análise dos relatórios do Enade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados analisados dos relatórios dos três ciclos avaliados revelam que os diversos cursos de licenciaturas da Universidade de Brasília são considerados com desempenho muito bom, conforme os indicadores de qualidade desse Exame, tendo mantido uma maior concentração ao conceito 4 com exceção do curso de Matemática. O uso dos resultados do Enade na instituição pesquisada tem refletido em duas frentes: como instrumento que possibilita sanar possíveis dificuldades e propor ações de melhorias apresentadas nos seus cursos de licenciaturas; destaque nos rankings internacionais, nacionais, regional e local.

Biografia do Autor

Adriana Rocha Vilela Arantes, Universidade de Brasília (UnB)

Doutoranda em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Mestra em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC).  (2006)  Professora de graduação e de Pós-graduação da Faculdade Católica de Anápolis. Faz parte do Conselho Editorial da Revista De Magistro de Filosofia. Professora da Secretaria da Educação de Goiás.  Professora Universitária efetiva da Universidade Estadual de Goiás (UEG). 

 

Camila Costa de Oliveira Teixeira Álvares, Universidade de Brasília (UnB)

Doutoranda em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Professora efetiva nos cursos de Licenciaturas em Física, História, Letras, Música e Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Campus Goiânia. É membro do grupo de estudos e pesquisas em Psicologia e Educação - Dynamis do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e do grupo Estudos de Políticas de Avaliação da Educação Superior (GEPAES) da Universidade de Brasília (UnB).

 

Michelle Espíndola Batista, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Mestra em Educação (UFMG). Professora na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

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Publicado
2022-06-06