MULA-MARMELA E ROSALINDA:
UM DIÁLOGO ENTRE VIOLÊNCIAS INVISÍVEIS
Resumo
Neste trabalho, estudaremos como se dá o processo de silenciamento do sujeito feminino a partir da análise dos contos “A benfazeja”, de Guimarães Rosa, e “Rosalinda, a nenhuma”, de Mia Couto. O sujeito feminino representado pelas personagens Mula-Marmela, na narrativa roseana, e Rosalinda, no conto de Mia Couto, se encontra subjugado à violência física e simbólica, seja por parte do grupo a que pertence, seja no interior do casamento. Nesse sentido, exploraremos como os narradores trabalham a questão da violência e o distanciamento que o grupo estabelece com as personagens. Focaremos nos discursos acionados como subterfúgio para os grupos transformarem tanto Mula-Marmela e Rosalinda em bodes expiatórios. Visualizando essas estratégias, defenderemos que os grupos se reafirmam como coletividade ao localizarem dentro da comunidade sujeitos vulneráveis para onde canalizarão a violência.
Palavras-chave: Guimarães Rosa; Mia Couto; Sujeito feminino; violência; bode expiatório
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