MULA-MARMELA E ROSALINDA:

UM DIÁLOGO ENTRE VIOLÊNCIAS INVISÍVEIS

  • Maria Perla Araújo Morais Universidade Federal do Tocantins
  • Albânia Celi Morais de Brito Lira Universidade Federal do Tocantins

Resumo

Neste trabalho, estudaremos como se dá o processo de silenciamento do sujeito feminino a partir da análise dos contos “A benfazeja”, de Guimarães Rosa, e “Rosalinda, a nenhuma”, de Mia Couto. O sujeito feminino representado pelas personagens Mula-Marmela, na narrativa roseana, e Rosalinda, no conto de Mia Couto, se encontra subjugado à violência física e simbólica, seja por parte do grupo a que pertence, seja no interior do casamento. Nesse sentido, exploraremos como os narradores trabalham a questão da violência e o distanciamento que o grupo estabelece com as personagens. Focaremos nos discursos acionados como subterfúgio para os grupos transformarem tanto Mula-Marmela e Rosalinda em bodes expiatórios. Visualizando essas estratégias, defenderemos que os grupos se reafirmam como coletividade ao localizarem dentro da comunidade sujeitos vulneráveis para onde canalizarão a violência.

Palavras-chave: Guimarães Rosa; Mia Couto; Sujeito feminino; violência; bode expiatório

Biografia do Autor

Maria Perla Araújo Morais, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Professora da graduação e da pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins

Albânia Celi Morais de Brito Lira, Universidade Federal do Tocantins

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Tocantins. Graduada em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Tocantins.

Publicado
2018-07-04