A AQUISIÇÃO DE LÍNGUA E A PARALISIA CEREBRAL: ASPECTOS NEUROCIENTÍFICOS DA LINGUAGEM
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar o processo de aquisição de língua de uma estudante do 6º ano do Ensino Fundamental com paralisia cerebral. Para isso, como procedimentos metodológicos, foram realizadas entrevista com a mãe e professora da estudante, além de acompanhamentos em sala de aula. As discussões deste artigo são fundamentadas nos trabalhos da Linguística Funcional (NEVES, 2010; MARTELOTTA, 2009; BERTOQUE e CASSEB-GALVÃO, 2015), nos estudos cognitivos (DOIDGE, 2015), nos estudos de fisiologia humana (DANGELO; FATTINI, 2011; BERNE; LEVY, 2009; GUYTON; HALL, 2011; VAN DE GRAAFF, 2003) e nos estudos neurocientíficos relacionados à Educação (COSENZA; GUERRA, 2011; RELVAS, 2012; FLOR; CARVALHO, 2012). Parte-se do conceito de que a linguagem tem uma base biológica e, fundamentalmente, é um fenômeno desenvolvido nos processos de interação social. No entanto, em indivíduos com paralisia cerebral, a aprendizagem de língua pode ser afetada, porque a paralisia consiste em lesões de caráter permanente que afeta a funcionalidade motora e intelectual do cérebro. Dessa maneira, buscou-se investigar quais fatores foram determinantes para a aquisição de língua da estudante no que se refere à articulação e a compreensão da fala. Diante da existência de limitações no aparato biológico, devido à paralisia, a hipótese deste trabalho é que, por meio da interação social, foi possível desenvolver a linguagem.
Referências
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