PRÁTICAS CIRCULARES COMO DISPOSITIVO DE EMPOWERMENT SOCIOCULTURAL DE ALUNOS INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
Resumo
Este artigo tem como propósito definir, caracterizar metodologicamente e contextualizar os paradigmas holonômicos, restaurando a totalidade do indígena enquanto sujeito de direito na valorização de sua cultura no ambiente universitário. Trata-se de um estudo de natureza interdisciplinar, no qual foram verificadas as implicações de práticas circulares como um modelo metodológico para formação de vínculos, pois podem vir a trazer impacto positivo na autoconscientização das relações e interconexões de povos indígenas, culturas e meio ambiente no âmbito da Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob o enfoque da comunicação não violenta. Metodologicamente orientado pelos procedimentos de revisão sistemática integrativa, buscando a compreensão e o conhecimento das práticas circulares de diálogo e do reencontro do homem consigo e com a natureza. Recomenda-se um novo olhar sobre a comunicação com os indígenas no ambiente da educação superior, ao escutar verdadeiramente as necessidades da comunidade e tornar a vulnerabilidade em conexão. Conclui-se que as práticas circulares são estratégias capazes de (re)significar conexões que demonstrem o verdadeiro sentido de igualdade no ambiente de violência estrutural existente no sistema educativo.
Referências
BARATA, R. B. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009 [online]. Disponível a partir de: http://books.scielo.org. Acesso em: 24 abr. 2020.
BARBOSA, A. M. T. B. Educação e desenvolvimento cultural e artístico. Educação e cultura. vol. 20, n. 2, jul-dez. 1995.
BAUMAN, Z. Vidas desperdiçadas. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
BOYES-WATSON, C., PRANIS. K. No coração da esperança: guia de práticas circulares. O uso de círculos de construção da paz para desenvolver a inteligência emocional, promover a cura e construir relacionamentos saudáveis. Trad. Fátima de Bastiani. Porto Alegre: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Departamento de Artes Gráficas, 2011.
BRANDÃO, C. R. O que é método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 2005.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007.
BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 25 abr. 2020.
BRASIL, Projeto de Lei nº 3.627, de 28 de abril de 2004. Sistema Especial de Reservas de Vagas para estudantes egressos de escolas públicas, em especial negros e indígenas, nas instituições públicas federais de educação superior. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ref_projlei3627.pdf. Acesso em: 15 abril 2020.
CLEMENTE, F. A. S.; MOROSINI, M. C. Competências interculturais: interlocuções conceituais e uma proposta de releitura para a educação superior. Educação e Pesquisa, v. 46, e 216262 , p. 1-20, 2020.
FIORI, E. M. Prefácio: Aprender a dizer a sua palavra. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução de Kátia de Mello e Silva. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979a.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
FREIRE, P. Educação e mudança. 12 ed. Tradução de Moacir Gadotti e Lílian Lopes Martin. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979b.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido [recurso eletrônico]. 1ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013 (e-book).
HABERMAS, J. A ideia da Universidade: processos de aprendizagem. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 74, n. 176, p. 111-130, jan./abr., 1993.
HEIDEGGER, M. A caminho da linguagem. Tradução de Marcia Sá. Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2003.
HENRIQUES, L. F. C.; TORRES, M. M. Potencialidades do círculo de cultura na educação popular. In: ASSUMPÇÃO, Raiane (org.). Educação popular na perspectiva freiriana. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.
MARINHO, A. R. B. Círculo de cultura: origem histórica e perspectivas epistemológicas. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo: São Paulo, 2009. DOI: 10.11606/D.48.2009.tde-24092009-155120. Acesso em: 14 abr. 2020.
MORIN, E. Antropologia da liberdade. Palas Athena. 1999. Disponível em: http://www.palasathena.org.br/arquivos/conteudos/Antropologia_da_liberdade_Edgar_Morin.pdf. Acesso em: 25 abr. 2020.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 3ed. Porto Alegre: Sulina, 2006.
ONU – Organização das Nações Unidas. Assembleia Geral das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por. Acesso em: 25 abr. 2020.
PEREIRA, C. V. Política de acesso e permanência para estudantes indígenas na universidade: avaliação da política de cotas da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Fortaleza: 2011. 186 f. Dissertação (Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas) – Universidade Federal do Ceará, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Programa de Pós-Graduação em Avaliação de Políticas Públicas, Fortaleza, 2011.
PIOVESAN, F. Ações Afirmativas sob a Perspectiva dos Direitos Humanos. In: SANTOS, Sales Augustos dos (org.). Ações afirmativas e combate ao racismo nas américas. Brasília: Ministério da Educação: UNESCO, 2005.
ROSENBERG, M. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
SANTOS, M. F. dos. Da aldeia à Universidade: os estudantes indígenas no diálogo de saberes tradicional e científico na UFT. 2018. 169f., Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
SANTOS, D. B. R. Para além das cotas: a permanência de estudantes negros no ensino superior como política de ação afirmativa. 2014f. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.
SILVEIRA, A. F. (et al.) org. Cidadania e participação social [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008
SANTOS, B. de S. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.
SEMPRINI, A. Multiculturalismo. Tradução Laureano Pelegrin. Bauru: EDUSC, 1999.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração da Conferência Mundial de Educação Superior. Paris: Unesco, 2009.
UFT – Universidade Federal do Tocantins. Aprova a implantação do sistema de cotas para estudantes indígenas no vestibular da Universidade Federal do Tocantins - UFT. Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE Nº 3A de 2004. Disponível em: https://docs.uft.edu.br/share/proxy/alfresco-noauth/api/internal/shared/node/PXUdk4MRSjaRCbVxmgpQhw/content/03A-2004%20-%20Cotas%20para%20ind%C3%ADgenas%20(Alterada%20pela%20Resoluc%C3%A3o%20n%C2%BA%2010-2011%20do%20Consepe)>. Acesso em: 25 abr. 2020.
ZEHR, H. Justiça restaurativa: Teoria e Prática. São Paulo: Palas Athena, 2015.
ZEHR, H. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. São Paulo: Palas Athena, 2008.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).