POLÍTICAS DE LINGUAGEM SEMIOTIZADAS NA PAISAGEM LINGUÍSTICA TRANSFRONTEIRIÇA DE OIAPOQUE E SAINT-GEORGES

Palavras-chave: Paisagem Linguística. Política Linguística. Fronteira Franco-brasileira.

Resumo

Este trabalho apresenta uma análise das políticas linguísticas notabilizadas na fronteira franco-brasileira a partir da paisagem linguística das cidades de Oiapoque e Saint-Georges. Situada linguisticamente entre duas línguas nacionais e outras línguas minoritárias, a grande zona de contato português–francês testemunha os conflitos sociolinguísticos da região, seja no âmbito dos diferentes status políticos, seja no valor econômico e simbólico que as línguas e os povos em presença supõem. Assim, neste estudo, cujo embasamento teórico reúne conceitos fundamentais de política Linguística (HAMEL, 2010; CALVET, 2002, SHOHAMY, 2006) e de paisagem linguística (LANDRY; BOURHIS, 1997; CENOZ; GORTER, 2006, entre outros), recorreu-se à composição de um corpus fotográfico de textos escritos nos espaços públicos, afim de compreender as políticas de linguagem nascidas das relações socioeconômicas e socioculturais transfronteiriças. A pesquisa indica que a paisagem linguística fronteiriça reflete as dinâmicas e relações de poder existentes no interior e na confluência dos contextos linguísticos adjacentes.

Biografia do Autor

kelly Cristina Nascimento Day, Universidade do Estado do Amapá (UEAP)

Doutorado em Estudos da Linguagem, com ênfase em politicas linguisticas, pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2016). Mestrado em Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio (2005). Especialização em tradução português/Francês pela Universidade do Estado do Rio de janeiro - UERJ (2004).  Graduada em Letras pela Universidade Federal do Pará (1994). Atualmente é professora adjunta da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e atua como docente permanente do programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Amapá (PPGLET).

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Publicado
2022-04-08