“A POESIA É PARA COMER”: PERFORMANCE E ESCRITURA, CAMINHOS QUE NOS LEVAM AO CORPO

Palavras-chave: Poema. Leitura. Performático. Sala de aula.

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão acerca da performance enquanto linguagem artística e a sua relação para com a leitura poética. Os dados analisados são resultados obtidos em uma das oficinas vivenciadas no projeto vinculado ao PROLICEN-UFPB, intitulado “A poesia em sala de aula: trabalhando a linguagem poética nos anos iniciais do Ensino Fundamental em escolas de João Pessoa-PB”, durante o ano de 2019. Para aproximar os educandos da língua escrita por intermédio de diferentes formas de criação artística, a oficina consistiu na experiência performática com o poema Bolhas, de Cecília Meireles (2012), em uma turma do 9º ano. A análise é feita a partir das considerações de Zumthor (2018), sobre performance; de Petit (2010), sobre a experiência de ouvir; Cosson (2019) sobre letramento literário; Oliveira (2009) e Spolin (2007) sobre abordagens performáticas. O trabalho apresenta uma análise de experiência de cunho qualitativo, que reflete sobre como a performance e a escritura estão imbricadas no processo de vivência corporal com a oralização do texto poético.

Biografia do Autor

Alinne de Morais Oliveira Cordeiro, Universidade Federal da Paraíba

Licenciada em Letras - Língua Portuguesa e atualmente é Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) na linha de Leituras Literárias, ambas pela Universidade Federal da Paraíba. Atua em pesquisas relacionadas à performance, poesia em sala de aula e jogos teatrais. Integrante do Grupo de Estudos em Antropologia Literária (GEAL) e do Grupo de Pesquisa, Estágio, Ensino e Formação Docente (GEEF). É atriz e palhaça.

Alyere Silva Farias, Universidade Federal da Paraíba

Professora Doutora do Departamento de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba (PPGL/UFPB). É integrante do grupo de Pesquisa “Estágio, ensino e formação docente” (GEEF). 

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Publicado
2021-01-21