O “TEMPO LIVRE” NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: AS ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO NO CAMPO DAS RELAÇÕES ENTRE PROFESSORES E ALUNOS

Palavras-chave: Educação. Escola. Educação Física Escolar. Prática Pedagógica.

Resumo

Objetivou-se discutir o fenômeno do “tempo livre” como estratégia de negociação utilizada por professores e alunos durante as aulas de educação física. Empregou-se a observação sistemática com captura de áudio de 20 aulas de educação física ministradas por cinco professores, tendo sido observadas quatro aulas de cada docente. Duas categorias de análise emergiram, uma referente ao tempo livre na perspectiva dos professores e outra na dos alunos. Os resultados mostram que diante da negação dos alunos em participar da aula, o professor adota o “tempo livre” como estratégia de negociação para atender o seu planejamento. Por outro lado, na perspectiva dos alunos, se a atividade proposta para a aula não é sedutora, há uma tensão para o “término” da aula e início do “tempo livre”. Portanto, o “tempo livre” parece se configurar como moeda de troca que gerencia a relação entre professores e alunos nas aulas de educação física.

Biografia do Autor

Thulyo Lutz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestre em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (GPEEsC/PPGCEE/UERJ) – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ). 

Felipe da Silva Triani, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (GPEEsC/PPGCEE/UERJ) – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ). 

Silvio de Cassio Costa Telles, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Educação Física e Cultura, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (GPEEsC/PPGCEE/UERJ) – Universidade Federal do Rio de Janeiro (GPEEsC/PPGEF/UFRJ). 

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2016.
BOURDIEU, P. Os usos das ciências sociais: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Ed. da UNESP, 2004.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S.A, 1989.
BOURDIEU, P. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Francisco Alves: 1982.
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.
LÜDORF, S. Metodologia da Pesquisa: do projeto ao trabalho de conclusão de curso. Appris, 2017.
LUTZ, T.; TELLES, S. C. C.; FERREIRA, M. S. Educação física escolar: [ainda] incertezas e indefinições. Revista Salusvita. Bauru, V. 33, n 2, p. 223-241, 2014.
OLIVEIRA, R.; DAOLIO, J. Na “periferia” da quadra: educação física, cultura e sociabilidade na escola. Pro-posições, v. 25, n. 2, p. 237-254, 2014.
PAULA, W. M.; BAPTISTA, T. J. R. O esporte como conteúdo hegemônico das aulas de educação física em uma escola de Anápolis: um estudo de caso. Kinesis, vol. 34, edição especial, p. 51-69, 2016.
ROCHA, L. F. R; DAOLIO, J. A prática pedagógica de educação física no currículo de São Paulo: espaço de tensão entre o tradicional e o novo. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 17, n. 2, p. 517-529, jan.-mar. 2014.
SAYAO, M. N. O culto (in)quieto do eu eficaz. Rev. Bras. Ciência do Esporte. v. 37, p. 35-41, 2015
SILVA, S.; BRACHT, V. Na pista de práticas e professores inovadores na educação física escolar. Kinesis, v. 30, n. 1, 2012.
TELLES, S. Bourdieu e uma visão sobre os aspectos socioeconômicos do Esporte. In.: MALINA, A.; CESARIO, S. Esporte: fator de integração e inclusão social? Campo Grande: UFMS, 2009.
THOMAS, J. R; NELSON; J. K; SILVERMAN, S. J. Métodos de pesquisa em atividade física. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Publicado
2021-07-16