DOS “MENORES DELINQUENTES” AOS AUTORES DE ATOS INFRACIONAIS: TENDÊNCIAS DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL EM INSTITUIÇÕES FECHADAS

  • Jamilla Marques de Brito Pinheiro Universidade Federal do Tocantins
  • Giselli de Almeida Tamarozzi Universidade Federal do Tocantins
Palavras-chave: Adolescentes. Ato infracional. Atuação profissional. Conservadorismo.

Resumo

O presente trabalho busca contribuir para a construção da trajetória histórica da profissão na intervenção junto à criança e ao adolescente tipificados como criminosos no Brasil. Para isso, utilizou-se do levantamento bibliográfico como subsídio teórico e metodológico para compreender que sua atuação junto a esse público ocorreu de forma dialética, acompanhando o movimento da sociedade brasileira e, consequentemente, da própria profissão que reconfigurou sua atuação junto aos indivíduos conforme a dinâmica dos projetos societários. Somente a partir de meados da década de 1980 e início da década de 1990, somado às transformações legais solidificadas no Estatuto da Criança e do Adolescente, que a profissão direciona sua atuação para a promoção, proteção e garantia de direitos destes adolescentes. Mesmo com os avanços e conquistas, o conservadorismo ainda é algo presente na sociedade e recorrente à profissão cujo objetivo está em naturalizar os processos desencadeados pelo capitalismo, bem como criminalizar a pobreza.  

Biografia do Autor

Jamilla Marques de Brito Pinheiro, Universidade Federal do Tocantins

Assistente Social formada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Professora substituta do magistério superior (UFT).

Giselli de Almeida Tamarozzi, Universidade Federal do Tocantins

Mestre e Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – SP. Professora e vice - coordenadora do curso de Pós-Graduação em Serviço Social da UFT.

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Publicado
2020-02-14