MOVIMENTO HIP HOP: MASCULINO E MASCULINIZADO?

  • Giovanna Silveira Santos Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: Pensamento Feminista Negro. Mulheres. Hip Hop.

Resumo

As estratégias de branqueamento e esquecimento de memórias ligadas à população negra e/ou periférica são ocultadas. A hipótese neste trabalho surge do entendimento de que existem disputas por discursos perpassadas por classe, gênero e raça. A investigação realizada está relacionada ao poder da memória e dos apagamentos, numa inquietação que diz respeito ao lugar das mulheres no Hip Hop, que precisam administrar a tensão de ser mulher num movimento predominantemente masculino e masculinizado. Parto do pressuposto de que nos movimentos periféricos também se manifestam os valores patriarcais e, ao levar isso à discussão, o enfrentamento encontrado é que com a distribuição de direitos, quem “está no poder” tem que abrir mão de privilégios, e não há disposição para tal. Cobrar uma participação maior das mulheres automaticamente significa diminuir a quantidade de homens, o que não é bem aceito. Neste trabalho é esperado vislumbrar como o Hip Hop pode ser interpelado pelo pensamento feminista negro.

Biografia do Autor

Giovanna Silveira Santos, Universidade Federal de Goiás

Mestranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás (PPGAS-UFG). Bacharel em Museologia pela mesma instituição. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Referências

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339 f. Tese (Doutorado em Educação junto à Área Filosofia da Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Feusp, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: A situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. LOLA Press n. 16, 2001. Disponibilidade em: <https://www.geledes.org.br/enegrecer-o-feminismo-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-partir-de-uma-perspectiva-de-genero/>. Acesso em: 30 mai. 2019.

DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

DIAS, Luciana de Oliveira. Diversidade e Processos de Identificação: um debate sobre relações étnico-raciais e de gênero. Revista Opsis, Catalão, v. 10, n. 1, p. 55-73, 2010. Disponibilidade em: <https://revistas.ufg.br/Opsis/article/view/10004/8472>. Acesso em: 01 jul. 2019.

HOOKS, Bell. Mulheres Negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 16, 2015, p. 193-210. Disponibilidade em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n16/0103-3352-rbcpol-16-00193.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2019.

KILOMBA, Grada. The Mask. In: Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism. Münster: Unrast. Verlag, 2. Edição, 2010.

LORD, Audre. Textos Escolhidos. [s.d] [Mimeo].

MORAES WICHERS, Camila A. Museologia, feminismos e suas ondas de renovação. Museologia & Interdisciplinaridade, vol. 7, n. 13, 2018, p. 138-154. Disponibilidade em: <http://periodicos.unb.br/index.php/museologia/article/view/17781>. Acesso em: 30 jun. 2019.

MORAES WICHERS, Camila A. Narrativas arqueológicas e museológicas sob rasura. Revista de Arqueologia, vol. 30, n. 2, 2017, p. 35-50. Disponibilidade em: <https://revista.sabnet.com.br/revista/index.php/SAB/article/view/543>. Acesso em: 27 jun. 2019.

NOVAES, Regina. Hip Hop: o que há de novo? In: Perspectivas de Gênero. Debates e questões para as ONGs. GTG Gênero Plataforma de Contrapartes Novib / SOS CORPO Gênero e Cidadania, Recife, 2002, p. 110-138. Disponibilidade em: <https://pt.scribd.com/document/36117025/HIP-HOP-O-QUE-HA-DE-NOVO> Acesso em: 27 mai. 2019.

PEIRANO, Marisa. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, v. 20, n. 42, 2014, p. 377-391. Disponibilidade em: <http://www.scielo.br/pdf/ha/v20n42/15.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2019.

PEREIRA, Alexandre Barbosa. As marcas da cidade: a dinâmica da pixação em São Paulo. Lua Nova [online], São Paulo, n. 79, 2010, p. 143-162. Disponibilidade em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-64452010000100007&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 01 jul. 2019.

PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017.

RAMOS, Izabela Nalio. Entre “perifeminas” e “minas de artilharia”: participação e identidades de mulheres no hip hop e no funk. 2016. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Departamento de Antropologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponibilidade em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-24012017-130121/pt-br.php>. Acesso em: 01 jul. 2019.

ROSA, Waldemir. Homem Preto do Gueto: um estudo sobre a masculinidade no Rap brasileiro. 2006. 97 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Departamento de Antropologia, UnB, Brasília, 2006. Disponibilidade em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2769/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Waldemir%20Rosa.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2019.

ROSA, Waldemir. O Hip Hop Goianiense e o Antropólogo: Experiência Etnográfica e as Margens da Nação Brasileira. 2014. 191 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Disponibilidade em: <http://objdig.ufrj.br/72/teses/824435.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2019.

SANTOS, Sandra Mara Pereira dos. “Rap florido": Reconhecimento Artístico, Amor e Relações De Gênero. 2015. 218 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade Estadual Paulista, UNESP, Faculdade de Filosofia e Ciências - Câmpus de Marília, Marília, São Paulo, 2015. Disponibilidade em: <https://www.marilia.unesp.br/#!/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado/ciencias-sociais/teses/>. Acesso em: 27 jun. 2019.

SANTOS, Sandra Mara Pereira dos & SANTOS, Jaqueline Lima. Relação de gênero no cenário do rap no Brasil: mulheres negras e brancas. In: Anais Do Primeiro Colóquio Internacional Culturas Jovens Afro-Brasil America: Encontros e Desencontros, n. 1, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponibilidade em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000132012000100032&lng=en&nrm=abn>. Acesso em: 07 jul. 2019.

SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-Cadernos Ces 18, Epistemologias feministas: ao encontro da crítica radical, 2012, p. 105-131. Disponibilidade em: <https://journals.openedition.org/eces/1533>. Acesso em: 08 jul. 2019.

SEGATO, Rita Laura. La crítica de la colonialidad en ocho ensayos. Y una antropología por demanda. Prometeo Libros, Buenos Aires, 2013.

SEGATO, Rita Laura. Las Estructuras Elementales de la Violencia. Buenos Aires, Prometeo, Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2003.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se Negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

TRUTH, Sojourner; Et Al. Feminismos Negros: Una Apología. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012.

UCPA, União dos Coletivos Pan-Africanistas. Lélia Gonzalez: Primavera para as rosas negras. Rio de Janeiro: Diáspora Africana, 2018.

WERNECK, Jurema. Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo. In: Vents d'Est, vents d'Ouest: Mouvements de femmes et féminismesanticoloniaux [enlínea]. Genève: Graduate Institute Publications, 2009. Disponibilidade em: <https://books.openedition.org/iheid/6316>. Acesso em: 08 jul. 2019.

ZAMBONI, Marcio. Marcadores Sociais da Diferença. Um modo de olhar para as diversas formas de diferença e desigualdade presentes na sociedade contemporânea. Sociologia: grandes temas do conhecimento (Especial Desigualdades), São Paulo, v. 1, 01 ago. 2014, p. 14-18. Disponibilidade em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4363366/mod_resource/content/1/Aula%203%20-%20Texto%20-%20Marcadores%20sociais.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2019.

Publicado
2019-11-18