REIVINDICANDO O TERRITÓRIO EPISTÊMICO: MULHERES NEGRAS, INDÍGENAS E QUILOMBOLAS INTERPELANDO A ANTROPOLOGIA

  • Lidiane da Conceição Alves Universidade Federal de Goiás
Palavras-chave: Pluriepistemologias. Mulheres negras, indígenas e quilombolas. Territórios epistêmicos. Antropologia.

Resumo

O artigo objetiva apresentar uma reflexão sobre as tensões epistêmicas no campo da antropologia a partir da entrada de estudantes indígenas, negras e quilombolas nos programas de pós-graduações em antropologia social no Brasil, ressaltando as contribuições das epistemologias negras e indígenas para (re)pensar o campo disciplinar antropológico  no que se refere ás metodologias, teorias e epistemologias tradicionalmente utilizadas na produção de conhecimentos acadêmicos e antropológicos. Foram realizadas as leituras de autoras negras acessadas na disciplina de Epistemologias e Feminismos Negros, tais como: Beatriz Nascimento (1989); bell hooks (2015); Angela Davis (2016); Lélia González (2018) e acrescentadas as leituras de autoras indígenas como Creuza Prumkwyj Krahô (2017); Sandra Benites (2018); Célia Xakriabá (2018), tendo sido realizados outros diálogos necessários. Consideramos que embora o cotidiano acadêmico se desenvolva em um campo assimétrico de forças, existem práticas de resistências para demarcar o território epistêmico frente às normas colonialistas, racistas e machistas que estruturam a universidade.

Biografia do Autor

Lidiane da Conceição Alves, Universidade Federal de Goiás

Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás - UFG. Mestra em Antropologia Social pela Universidade de Brasília - UNB.

Referências

BENITES. Sandra. Viver na língua Guarani Nhandewa (mulher falando). Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Antropologia Social – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, Censo Demográfico 2012. INEP, 2012.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade de São Paulo - USP. 2005.

COLLINS, Patrícia Hill. Raça, Classe e gênero como categoria de análise e reflexão. In: MORENO, Renata (org). Reflexões e práticas de transformações feministas. São Paulo: sempreviva organização feminista, 2015, pp. 13-42.

DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras. UCPA, União dos Coletivos Pan-Africanistas. Rio de Janeiro: Diáspora Africana, 2018.

HOOKS, Bell. Mulheres Negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n.16, pp.193-210, jan/abr 2015.

KIDOIALÊ. Makota. Adoecimento Mental na Universidade. S/D. Disponível no Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa-INCTI.

KRAHÔ, Creuza Prumkwyj. Wato ne hômpu ne kãmpa Convivo, vejo e ouço a vida Mehi (Mãkrarè). Dissertação do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais. Brasília – DF, 2017.

KRAHÔ, Creuza Prumkwyj. Mulheres-cabaças. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, número 11, página 110 - 117, 2017.

LE BRETON, David. Adeus ao corpo: antropologia e sociedade. Campinas/SP: Papirus, 2003.

MACHADO, R. Os Intelectuais e o Poder: Conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze. Organização, introdução e revisão técnica de R. Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

MARUBO, Nely Dollis. Nokẽ Mevi Revõsho sho Vima Awe ‘O que é transformado pelas pontas das nossas mãos’ - O Trabalho Manual dos Marubo do Rio Cruruçá. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Antropologia Social – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017.

NASCIMENTO, Beatriz. Entrevista - A história do Brasil é uma história escrita por mãos brancas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-LhM1MaPE9c Acesso em: 11/07/2019.

PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017.

SEGATO. Rita Laura. Os Percursos Do Gênero. Na Antropologia e Para Além Dela. Brasília. Série Antropologia 236. 1998.

SILVA, Mirna. P. Que Memórias Me Atravessam? Meu Percurso De Estudante Indígena. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais. Universidade Federal de Goiás - UFG. Goiânia/GO. 2017.

XAKRIABÁ, N. Célia. O Barro, o Jenipapo e o Giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. Dissertação do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais. Universidade de Brasília - UnB. Brasília/DF, 2018.

Publicado
2019-11-18