A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO: VOZES NA ESCURIDÃO

Palavras-chave: Matemática. Aprendizagem. Ensino Médio. Deficiência visual.

Resumo

Este artigo busca descrever, pela voz da pessoa com deficiência visual, o processo de aprendizagem de conteúdos matemáticos no ensino médio, na cidade de Palmas em Tocantins. Para seu desenvolvimento, assumiu-se a abordagem qualitativa de caráter exploratório e descritivo, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os sujeitos da pesquisa são ex-alunos do ensino médio que possuem baixa visão ou são cegos e cursaram o ensino médio na cidade de Palmas. Nas análises, as vozes revelam buscas pelo direito de estar na escola, perpassando por possibilidades e desafios para aprender conteúdos matemáticos vivenciados pelas pessoas com deficiência visual. O resultado apresenta um cenário no qual a exclusão, ainda, é realidade, mas a possibilidade de aprendizagem em matemática vai ganhando espaço enquanto direito dos estudantes no ensino médio com deficiência visual, um caminhar de desafios em prol de uma sociedade que intenta ser justa.

Biografia do Autor

Euler Rui Barbosa Tavares, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – IFTO

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Tocantins – UFT,
Graduado em História pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás –
PUC – GOIÁS, Professor do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Tocantins – IFTO.

Carmem Lucia Artioli Rolim, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep, Mestre em Educação pela Universidade de Sorocaba – Uniso. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Tocantins – UFT.

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Publicado
2020-05-22