MARIA E DUZU-QUERENÇA: O LUGAR DE FALA NOS CONTOS DE CONCEIÇÃO EVARISTO

  • Ilcemara Regina Farencena Universidade Federal do Tocantins
  • Olívia Aparecida Silva Universidade Federal do Tocantins
  • Maria Perla Araújo Morais Universidade Federal do Tocantins
Palavras-chave: Personagens Femininas. Representação. Sociedade.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo comparar nos contos: Maria e Duzu Querença – o espaço social em que as personagens femininas estão inseridas bem como o perfil delas. As personagens em questão fazem parte dos contos homônimos do livro Olhos d’água (2014), obra pertencente à literatura afro-brasileira contemporânea, da escritora Conceição Evaristo. É importante ressaltar que uma das vertentes da narrativa contemporânea é a discussão de estereótipos estigmatizados socialmente. Isso representa não apenas a ruptura com o modelo tradicional literário, mas trouxe à tona a discussão de temas relacionados à condição humana de uma parcela da sociedade que até então não figurava na escrita literária e deu voz a sujeitos tradicionalmente ignorados ou silenciados, aqui a mulher e negra. A literatura garante o espaço de fala e representatividade dessa parcela social que sai do anonimato, mostrando como faz parte da história e como produz sentido sobre a sociedade.

 

Biografia do Autor

Ilcemara Regina Farencena, Universidade Federal do Tocantins

Professora de Literatura e Redação no Ensino Médio e Curso Pré-Vestibular do Colégio Objetivo de Gurupi - TO. Mestranda em Letras (Programa de Pós-Graduação em Letras - Campus de Porto Nacional - Universidade Federal do Tocantins; 2017/2019). Especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura (Faculdade Internacional de Curitiba - FACINTER e Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão - IBPEX; 2005). Graduada em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa e respectivas Literaturas (Faculdade UNIRG; 2004).

Olívia Aparecida Silva, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (1992), mestrado em Letras pela Universidade Federal do Ceará (1997) e doutorado em Literatura pela Universidade de Brasília (2005). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, narrativa contemporânea, memória, autobiografia.

Maria Perla Araújo Morais, Universidade Federal do Tocantins

Possui Graduação em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1998), Mestrado em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2000) e Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (2006). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas, atuando principalmente nos seguintes temas: Guimarães Rosa, Mia Couto, Literatura e História, Identidade Cultural, Transculturação, Walter Benjamin, Monstruosidade. É professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Tocantins e líder do grupo de pesquisa NELA: Núcleo de estudos de Literaturas Africanas e Portuguesa, cadastrado no CNPQ.

Referências

CASEIRO, Daniel. Porque Conceição Evaristo é a grande candidata à Academia Brasileira de Letras: Revista Carta Capital. 2018. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2018/07/24/porque-conceicao-evaristo-e-a-grande-candidata-a-academia-brasileira-de-letras/>. Acesso em: 24 jul. 2018.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura Brasileira Contemporânea: um território contestado. Rio de Janeiro: Horizonte, 2012.

EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016.

HUTECHEON, Linda. Poética do Pós-Modernismo: história, teoria, ficção. Tradução Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

PERRONE-MOISES, Leila. Que fim levou a crítica literária? In: Inútil poesia e outros ensaios breves. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? São Paulo: Letramento, 2017.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2009.

Publicado
2019-05-09