VIDAS MIGRATÓRIAS: UMA ANÁLISE SOBRE A MIGRAÇÃO DO PONTO DE VISTA DOS ROMANCES REGIONALISTAS, DAS ARTES PLÁSTICAS E DO TEATRO
Resumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre as representações do migrante nas produções artísticas — seja na literatura, nas artes plásticas ou no teatro — como figuras marcadas pelo desamparo e pelo deslocamento. A partir da análise de obras clássicas que abordam a experiência migratória, busca-se evidenciar a importância da preservação da memória social de povos rejeitados, com ênfase em sua linguagem, nas narrativas que constroem suas histórias e em seu lugar de fala. Esses elementos são fundamentais para assegurar uma forma de identificação com o próprio “eu” fragmentado pela migração. Nesse processo, as obras de arte e os discursos analisados aqui assumem um papel essencial — não apenas como formas de expressão estética, mas como meios catárticos e sublimatórios capazes de iluminar a atualidade da questão migratória, historicamente vinculada às heranças do colonialismo.
Referências
BUENO, Luís. (2006) Uma história do romance de 30 São Paulo: Editora da USP; Campinas: Editora da UNICAMP
BOSI, Alfredo (2003). “Céu, inferno”. In:Céu, inferno: ensaios de crítica literária e ideológica São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, p. 19-50.
BLOCH. Marc (2001). Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar.
CORSINI, Leonora. (2010) Migrações e êxodo constituinte. In: FERREIRA, Ademir Pacelli (et al.). A experiência migrante: entre deslocamentos e reconstruções. Rio de Janeiro: Garamond
CANDIDO, Antonio (1992). Ficção e confissão: ensaios sobre Graciliano Ramos. São Paulo: Editora 34
DAHRENDORF, Ralf. (1958). Out of Utopia: toward a reconstruction of sociological Analysis, in “The American Journal of Sociology”, LXIV
FALCETA, W. (2021) O Horror do Dust Bowl brasileiro. Editora Record.
FOUCAULT, M. (2008). Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes. Originalmente publicado em 1979
FURTADO, C. (1959) Formação Econômica do Brasil. Organização, apresentação e notas de Rosa Freire D'Aguiar. Editora Penguin Companhia das Letras
GOMES, L. (2019) Escravidão vol 1. São Paulo: Companhia das Letras
RAMOS, Graciliano (2010). Vidas secas. 82ª ed. Rio de Janeiro: Record.
RIBEIRO, D. (1995) O povo brasileiro: a forma e o sentido do Brasil. 2° edição. São Paulo: Companhia das Letras
ROSO, A., BERVIAN, L. (2012). Imigração e Políticas Públicas: Um Estudo Com Imigrantes Argentinos e Uruguaios. Sociais e Humanas Santa Maria, v.26, n.02, p. 229-242
STEINBECK, J. (1939) As Vinhas da Ira. Editora Record.
STERZ, Solange S (2009). Movimentos cinematográficos na América Latina. R.cient./FAP, Curitiba, v.4, n.2 p.196-207
SILVA, Júlio César. (2022) "Principais Correntes Migratórias para o Brasil"; Brasil Escola.
MBEMBE, Achille. (2016). Necropolítica. Arte & Ensaios | revista do ppgav/eba/ufrj | n.32|
MBEMBE, Achille (2017). Políticas da inimizade. Trad. Marta Lança. Lisboa: Antigona.
PÒVOA NETO, Helion. (2010) O lugar da violência nos estudos sobre migrações e mobilidade espacial. In: FERREIRA, Ademir Pacelli (et al.). A experiência migrante: entre deslocamentos e reconstruções. RJ: Garamond
OLIVEIRA, João Cabral (1994). Vida e morte de Severina. 1. ed. RJ: Nova Fronteira
MELO, Alfredo (2024) VARIAÇÕES DA ALMA (QUASE) SELVAGEM: Uma leitura pós-colonial de Vidas secas, de Graciliano Ramos. Novos estud. CEBRAP 43, Rio de Janeiro
VILLAÇA, Alcides. (2007) “Imagem de Fabiano”. Estudos Avançados, n.60, p.235-46.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).